Era uma vez...
Quando eu era menina, deveria ter 4 ou 5 anos, eu descobri onde era a casa do Papai Noel !
Ah! Não ria...Eu era criança e tinha essências raras: inocência e imaginação pura!
Eu acreditava que o céu sempre teria carneirinhos, seria sempre naquele azul que ainda hoje me lembro, que a vida seria sempre triste, por que eu fiquei de castigo por alguma arte.
Eu ainda não sabia nada , e me achava conhecedora do mundo e da vida...
Então uma bela manha, quando eu estava de castigo (lembro bem) eu e minha irmão olhamos aquela casa no alto de um morro (bem próximo, vejo hoje), muito, muito longe,.
Mas a casa era linda, imponente com suas altas janelas pintadas de azul e era branca , só podia ter um dono: PAPAI NOEL!
E decerto , nós não víamos as renas, pois deveriam estar em algum estábulo magnífico, atrás da casa, onde nossa vista não alcançava...
E assim todos os dias, eu olhava a casa de Papai Noel, na expectativa de vê-lo.
Meu maior sonho era falar com ele, ir ate lá, ver as renas. Cresci ate os 10 anos nessa crença infantil, ingênua e magnífica, mas aos 10 anos meu sonho se partiu, em parte, pois foi um ano difícil, e meus pais não puderam nos dar os presentes pretendidos por nos.
Meu pai, homem magnífico também, nos contou uma história de natal.
Uma das muitas que circulam o mundo...
A historia de Nicolau!
Era uma vez , um homem de nome Nicolau!
Ele era muito rico e muito só. Morava nos paises frios, onde a maior parte do dia se parece noite, por conta da neve e das geadas, um lugar muito, mas muito frio mesmo.
Mas Nicolau, não sofria com o frio. Tinha bons caçadores à seu soldo, que lhe traziam belas peles. Bons alfaiates que lhe confeccionavam belas vestes com as mesmas...
Ótimos lacaios para lhe servir, cozinheiros ,arrumadeiras...enfim um verdadeiro exercito de pessoas...tristes!
Por quê?
Por que suas famílias, continuavam a sentir frio, pois moravam em choupanas, enquanto o nosso Nicolau, morava em uma bela mansão, com tantos quartos, que ele nem os conhecia...
Chegou à noite de Natal!
E Nicolau , pela primeira vez, percebeu que seus empregados estavam felizes!
Mas por quê? Era tão pobre, que talvez não tivessem mais que um naco de pão!
Nicolau então fez algo que nunca havia feito antes. Ouviu atrás da porta. Ele sabia que era feio, mas sentia uma necessidade imensa de fazê-lo (há quem diga que foi o espírito de Natal que o inspirou...). E ele ouviu...
Você ficou curioso não é? Mas que coisa feia...
Mesmo assim vou lhe contar o que ele ouviu.
Os empregados, embora estivessem felizes, por ser o dia do Nascimento de Jesus, e conforme a tradição, havia troca de presentes entre si, para mostrar que assim como os Reis magos, todos podemos ser generosos. Uma empregada deu ao mordomo um par de meias cerzidas, que ficaram como novas!!!
E ele ficou muito feliz! Em retribuição deu-lhe um pouco de farinha para assar seu pão, e assim se sucediam os presentes singelos e justamente por isso, mais belos...
Só que eles começaram a falar entre si:
Pobre Sr. Nicolau, ninguém pode lhe dar um presente, pois tem tudo, que um homem possa desejar, mas é tão sozinho; ate hoje, já homem em idade avançada, não se casou, não teve filhos, nunca poderá fazer um belo cavalo de pau para um filho...
E eles se lamentaram e pediram a Deus que Ele desse ao Sr. Nicolau um bom presente, porque eles pobres como eram, jamais poderiam lhes dar algo.
E Nicolau chorou...e viu o como ele, Nicolau, era pobre...era pobre de amor...
Por que seus empregados tinham quem os amasse, e ele?
Não tinha ninguém...
Foi quando algo lhe ocorreu !
Fazia muito frio, seus empregados não tinham bons agasalhos, nem suas esposas e filhos.
E calçados? Nada tinham.
Chamou o seu mordomo e pediu-lhe com uma gentileza incomum que o ajudasse em uma pequena tarefa.
Foi aos seus grandes guarda roupas, e lá saiu tirando tudo aquilo que um homem só não precisava, mas que serviria para toda uma aldeia.
Pediu-lhe que colocasse as renas atreladas ao trenó. Iriam a cidade mais próxima.
E lá Nicolau comprou sapatos, meias, vestidos, bonecas de louça, cavalos de pau, soldadinhos de chumbo, e voltou a sua casa.
Em lá chegando , pede a todos os empregados que se reúnam a ele, e fala:
- Meus amigos, um homem vive, anos na cegueira, mas hoje graças a vocês, compreendi que nada sou se vocês não quiserem me ajudar a distribuir essas roupas e calçados por todas as pessoas de nossa aldeia. E eu gostaria muito de ter a partir deste Natal todos vocês comigo, para que partilhemos o pão e o vinho como nos ensinou Jesus. Não sei se serei digno de tal honra, mas peço a Deus que enfim me de um pouco mais de alegria, pois só o fato de saber, que muitos não sentirão tanto frio, já me deixa muito feliz, mas gostaria de dividir com vocês o meu farnel, pois vocês são a minha família...
Os empregados choraram e agradeceram a Deus.
Era o milagre de Natal!
E assim, começaram muitos homens a agir, como Nicolau ou Noel, como passou a ser conhecido, a até hoje , temos um PAPAI NOEL dentro de nós, partilhemos.
Se você, como eu, já não tem a inocência, não se preocupe.
Zele pela inocência de seu filho, de seu neto, e ....
Feliz milagre de NATAL!!
Silvia Fedorowicz
Mulher Camaleoa
Obs.: A casa, lamentavelmente, fica em um morro e esta caindo, que pena...