DESTINO DE UM PINHEIRO
O pinheiro da esquina pisca cada vez mais lentamente. A sensação de aconchego e boas vindas desaparece como num passe mágico.
O movimento parece não acompanhar mais as notas celestiais. Singulares, ecoavam todos os dias como o cântico do bem-te-vi que morava nos galhos, logo ali...
Uma profunda decepção transparece entre os frágeis ramos dantes tão viçosos. As luzes esmorecem diante de corações amargurados.
Os rostos permanecem sombrios. Tudo volta a ser NADA.
Com o corpo já não tão verde, cada vez mais envergado, pensa na criança que passa o dia na esquina à mercê das intempéries.
A mesma criança que ontem tinha os olhos brilhando, sorriso nos lábios e esperança armazenada num canto qualquer, ao relento, porque era natal.