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ESTINO DE UM PINHEIRO

 



O pinheiro da esquina pisca cada vez mais lentamente. A sensação de aconchego e boas vindas desaparece como num passe mágico.

O movimento parece não acompanhar mais as notas celestiais. Singulares, ecoavam todos os dias como o cântico do bem-te-vi que morava nos galhos, logo ali...

Uma profunda decepção transparece entre os frágeis ramos dantes tão viçosos. As luzes esmorecem diante de corações amargurados.

Os rostos permanecem sombrios. Tudo volta a ser NADA.

Com o corpo já não tão verde, cada vez mais envergado, pensa na criança que passa o dia na esquina à mercê das intempéries.

A mesma criança que ontem tinha os olhos brilhando, sorriso nos lábios e esperança armazenada num canto qualquer, ao relento, porque era natal.




 

heleida nobrega
Enviado por heleida nobrega em 26/12/2010
Código do texto: T2692108
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