O Papai Noel que conheço
Sempre tive muito presente em minha vida o espírito do natal.
Quando era pequenina quase não se via o papai Noel com o presente almejado, ele trazia sempre e ouvíamos e cantávamos o novo LP do Roberto Carlos.
Mas o que era posto sobre a mesa pra ceia era farto servia a nós e célebres convidados.
Titios, esposas e tias, titias com os meus primos, papai da mamãe e a mamãe do papai hoje aos 90 anos com seu papagaio ainda vivo e , grandes amigos e vizinhos...
Isso é destino de família, ou deveria ser talvez, pois eu papai Noel quase não via, meu pai nunca o havia visto, minha mãe nunca ouvira sequer falar. Meu filho o Vê todo mês...
Lembro que na TV preto e branco, os poucos comerciais mostravam brinquedos banais hoje para os meninos que nem bola na rua pode jogar mais... e eu e meus 2 dois irmãos falávamos quase em refrão:
- Compra mamãe, compra???
E ela respondia:
-Não. Nunca nos deu esperança de ter o que não alcança as mãos.
E um de nós sempre dizia às vezes até pra esperar mais de mês:
- E se pedir ao Papai Noel?
Ela respondia outra vez:
- Peça ao Papai do Céu, pra ajudar ao Papai que ajudará ao Papai Noel, porque há muitas crianças e algumas são muito carentes...
Se agente parar pra pensar, aquilo era quase uma corrente... Mas nossa ingenuidade, exposta como hoje como imbecilidade, esperávamos ansiosos o Natal, pra ver nossa casa contente, enfeitada de flores e cheia de gente em que o Papai Noel nem se notava ausente.
Papai para nos fazer entender, nem perceber a falta das luzes na árvore de Natal dizia:
- Isso é coisa de americanos! Nós temos flores e frutas! Moramos num país tropical!
Às vezes quando o velho Senhor aparecia deixava em nossos sapatos uma pequena caixa com um laço e algo que eu nem sabia o quanto interessante seria de fato.
E veja só minha gente o embrulho trazia contente, pois era apenas um pros três. E ali aprendíamos depressa a dividir, esperarmos ou brincarmos os três, ou seis...
E houve o mais interessante presente de Natal da infância que trago na lembrança. Não foi Papai Noel quem trouxe e sim o meu Velho amigo, em suas mãos um embrulho grande, mas menor que seu sorriso, um jogo de tabuleiro. WAR II que jogamos juntos em família o ano inteiro.
Era jogo de estratégia e Papai era sabido, nos ensinou a pensar e vencer sem ter que virar bandido.
E quando nada ganhávamos pegávamos lápis e papel e brincávamos de carro, cor, fantasia ou fruta descrita com letras sorteadas em pedaços de papel. Com o tempo que passava o conteúdo ia ficando cada dia mais difícil, passávamos anos inteiros brincando e aprendendo sem parecer sacrifício.
O Papai Noel que conheço é mineiro de Tombos de Carangola, me disse que a escola me ensinaria a ler, mas a pensar isso ele o faria primeiro.
- Filhinhos ele me dizia, aqui serão alfabetizados, mas se quiser aprender, deve-se ler a doidado. Escute o papai!
O que digo não é castigo, embora possa parecer. Ler além de ser um prazer o te fará culto e sabido.
O Senhor Monteiro Lobato quando estreou na televisão, nós conhecíamos narrado na voz do Papai Noel em questão.
Eu falo do nobre Saara, Poeta e compositor, não me escondeu a verdade daquele nobre Senhor, de roupa vermelha e branca, não pelo descaso, mas ele queria não por acaso assinar o que foi seu louvor.
O Papai Noel que conheço não consegui apresentar ao meu filho, talvez isso fosse possível se depois de crescida o grande saber do Saara tivesse ouvido.
E hoje eu pego meu filho, pra recuperar o fracasso e levo para um lugar, sem internet, vídeo game e a tudo isso que testemunhei, seu grande descaso. Lá ele tem uma bicicleta, pipa, bola, galinhas, cachorros, gatos, chão e patos, consigo mostrar que prazer é sair de frente da TV o que hoje é um grande obstáculo...
E numa cajadada só, consigo grandes glórias. Porque além dele ter liberdade, andar de pés descalços na terra, amar os seus avôs, estarmos presentes, sem que ele esteja preso em seu quarto. Consigo fazê-lo perceber aos nove anos que a vida não é interligada a um Chip, fio ou um cabo...
Depois de um fim de semana em um lugar não humilde, mas sem toda a parnafenalha que tenho em casa ligada a fios escuto um lindo suspiro e logo depois um murmurinho:
- Eu gosto de vir aqui, porque eu me sinto livre.
E olhe que ele nem sabe que aquele Senhor seu avô é o Papai que eu conheço.
Ao meu velho e amado pai Saara.
Crissol
Sempre tive muito presente em minha vida o espírito do natal.
Quando era pequenina quase não se via o papai Noel com o presente almejado, ele trazia sempre e ouvíamos e cantávamos o novo LP do Roberto Carlos.
Mas o que era posto sobre a mesa pra ceia era farto servia a nós e célebres convidados.
Titios, esposas e tias, titias com os meus primos, papai da mamãe e a mamãe do papai hoje aos 90 anos com seu papagaio ainda vivo e , grandes amigos e vizinhos...
Isso é destino de família, ou deveria ser talvez, pois eu papai Noel quase não via, meu pai nunca o havia visto, minha mãe nunca ouvira sequer falar. Meu filho o Vê todo mês...
Lembro que na TV preto e branco, os poucos comerciais mostravam brinquedos banais hoje para os meninos que nem bola na rua pode jogar mais... e eu e meus 2 dois irmãos falávamos quase em refrão:
- Compra mamãe, compra???
E ela respondia:
-Não. Nunca nos deu esperança de ter o que não alcança as mãos.
E um de nós sempre dizia às vezes até pra esperar mais de mês:
- E se pedir ao Papai Noel?
Ela respondia outra vez:
- Peça ao Papai do Céu, pra ajudar ao Papai que ajudará ao Papai Noel, porque há muitas crianças e algumas são muito carentes...
Se agente parar pra pensar, aquilo era quase uma corrente... Mas nossa ingenuidade, exposta como hoje como imbecilidade, esperávamos ansiosos o Natal, pra ver nossa casa contente, enfeitada de flores e cheia de gente em que o Papai Noel nem se notava ausente.
Papai para nos fazer entender, nem perceber a falta das luzes na árvore de Natal dizia:
- Isso é coisa de americanos! Nós temos flores e frutas! Moramos num país tropical!
Às vezes quando o velho Senhor aparecia deixava em nossos sapatos uma pequena caixa com um laço e algo que eu nem sabia o quanto interessante seria de fato.
E veja só minha gente o embrulho trazia contente, pois era apenas um pros três. E ali aprendíamos depressa a dividir, esperarmos ou brincarmos os três, ou seis...
E houve o mais interessante presente de Natal da infância que trago na lembrança. Não foi Papai Noel quem trouxe e sim o meu Velho amigo, em suas mãos um embrulho grande, mas menor que seu sorriso, um jogo de tabuleiro. WAR II que jogamos juntos em família o ano inteiro.
Era jogo de estratégia e Papai era sabido, nos ensinou a pensar e vencer sem ter que virar bandido.
E quando nada ganhávamos pegávamos lápis e papel e brincávamos de carro, cor, fantasia ou fruta descrita com letras sorteadas em pedaços de papel. Com o tempo que passava o conteúdo ia ficando cada dia mais difícil, passávamos anos inteiros brincando e aprendendo sem parecer sacrifício.
O Papai Noel que conheço é mineiro de Tombos de Carangola, me disse que a escola me ensinaria a ler, mas a pensar isso ele o faria primeiro.
- Filhinhos ele me dizia, aqui serão alfabetizados, mas se quiser aprender, deve-se ler a doidado. Escute o papai!
O que digo não é castigo, embora possa parecer. Ler além de ser um prazer o te fará culto e sabido.
O Senhor Monteiro Lobato quando estreou na televisão, nós conhecíamos narrado na voz do Papai Noel em questão.
Eu falo do nobre Saara, Poeta e compositor, não me escondeu a verdade daquele nobre Senhor, de roupa vermelha e branca, não pelo descaso, mas ele queria não por acaso assinar o que foi seu louvor.
O Papai Noel que conheço não consegui apresentar ao meu filho, talvez isso fosse possível se depois de crescida o grande saber do Saara tivesse ouvido.
E hoje eu pego meu filho, pra recuperar o fracasso e levo para um lugar, sem internet, vídeo game e a tudo isso que testemunhei, seu grande descaso. Lá ele tem uma bicicleta, pipa, bola, galinhas, cachorros, gatos, chão e patos, consigo mostrar que prazer é sair de frente da TV o que hoje é um grande obstáculo...
E numa cajadada só, consigo grandes glórias. Porque além dele ter liberdade, andar de pés descalços na terra, amar os seus avôs, estarmos presentes, sem que ele esteja preso em seu quarto. Consigo fazê-lo perceber aos nove anos que a vida não é interligada a um Chip, fio ou um cabo...
Depois de um fim de semana em um lugar não humilde, mas sem toda a parnafenalha que tenho em casa ligada a fios escuto um lindo suspiro e logo depois um murmurinho:
- Eu gosto de vir aqui, porque eu me sinto livre.
E olhe que ele nem sabe que aquele Senhor seu avô é o Papai que eu conheço.
Ao meu velho e amado pai Saara.
Crissol