Meu pensamento está aprisionado em volteios. Fragmentos de idéias, histórias e rostos.  Estagnado em uma nota única, repetida no velho teclado. Solidão.
Tenho ouvido tantas histórias e queixas.  Fim de relacionamentos,  falta de amigos, perdas e distanciamentos.
A vida é cheia de surpresas, algumas vezes, elas demoram um pouquinho para chegar. Mas sempre acontecem. Boas ou tristes, simplesmente elas chegam.
A ausência angustiante, vazio teimoso e  indesejado. Qual é o tempo necessário para recuperar o sentido, superar  a mágoa e buscar novos caminhos.
Final de ano é o bicho-papão de muita gente forte. Enquanto a maioria pensa em festas e presentes, uma chuva de lembranças ameaça os que só desejam acordar em 2009.
Para quem já está sofrendo com antecedência: tenha certeza que não está sozinho. Mas se puder, não seja parte desta estatística.
Sentimento à flor da pele, teimosia ou apego...não há como fugir. Nos próximos meses a cidade estará enfeitada e o espírito natalino ou consumista há de aflorar. Lá vem a árvore de Natal da Lagoa...
Neste momento, tirando o décimo amigo oculto, você pensa: não quero dar nem receber presentes, nem sei onde vou passar as festas, estou sem companhia, rabanada engorda....
Este desabafo, pode não vir necessariamente nesta ordem. Talvez sejam despertados, pelo aumento repentino do teor alcoólico. 
 
Sinto que o tempo é o principal culpado: a falta de tempo, o excesso de tempo, o tempo perdido, o tempo de confraternizar, o tempo de dar,  receber e mil outras variantes.
É tão fácil enxergar esperança em fios de seda. Solidão e saudade. Somos assim, sujeitos a altos e baixos. Dias de flores, de sol e de chuva.
Caminhos de estrelas, estradas e retornos.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 21/11/2008
Reeditado em 31/08/2009
Código do texto: T1295100
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