A DESPEDIDA DE PEDRO PIOTRAVIN

 

 

 

Segundo Ato

 

 

 

Sob a sombra de um decreto, marcham homens ao futuro,

Uns guiados por afeto, outros por intento escuro.

Entre orgulho e falsidade, nasce o fio da esperança,

Pois é na dificuldade que se forma a temperança.

 

 

 

O Rei

 

 

 

Um denso véu de neblina cobria as colinas ao norte de Cracóvia, verdadeira muralha de rochas nas cercanias do feudo de Piotravin. Para lá, caminhava um cortejo fúnebre composto pelo séquito real e pelo clero da cidade, um ofídio negro que serpenteava por entre os seixos. A multidão de plebeus acompanhava na cauda, pois o relato da morte do respeitado Duque Pedro Piotravin já havia se propagado como uma onda, aquele quem muito estimavam por suas obras de piedade. Com efeito, soldados abriam caminho pelo mar de gente, carregando, em seus ombros, o ataúde de carvalho onde repousava o morto. As pessoas tocavam o estrado, ora prestando suas homenagens, ora pedindo bençãos, pois muitos o tinham como santo.

 

O Rei Casimiro também estava presente e liderava a fileira. A turba não lhe direcionava olhares, que se voltavam apenas ao esquife e à cruz que o acompanhava. Alheio a isso, o Monarca perdia-se em suas próprias elucubrações. As condolências pela morte de um de seus mais importantes vassalos eram meras formalidades: a visita tinha outros objetivos mais importantes...

 

Enquanto se dirigia à cripta, ele dialogava com o Bispo de Cracóvia, Estanislau:

 

– Santo Padre, perdoa-me a ignorância, mas só me informaram brevemente quando da minha chegada. O Duque realmente doou suas terras à Igreja?

 

– Sim... No leito de morte, conferiu-me a posse de seu feudo.

 

– Intrigante. Queria ter essa santidade! – A ironia escorria daquelas palavras de Casimiro.

 

– O gesto de Pedro não deve ser menosprezado! – O Bispo censurou-o, mas o Rei manteve seu sorriso sardônico.

 

A procissão, enfim, chegou ao túmulo onde Pedro seria sepultado, uma gruta limosa encerrada por um grande pedregulho. Os serviçais removeram-no com dificuldade, um contingente inteiro deles que se assemelhava a formigas carregando uma enorme lasca de pão. Removido, revelou-se o interior da cripta: um sepulcro espartano, uma simples escavação na rocha, onde estava encravada a alcova de repouso do Duque. Sobre ela, um crucifixo também de pedra.

 

Poucos lograram entrar, pois a tumba era diminuta e sua porta, estreita. A plebe observava inquieta no exterior, enquanto o esquife adentrava a passagem; muitos atiravam crisântemos e margaridas por sobre o leito.

 

– Eis Pedro, o santo de Cracóvia! – Alguém gritou.

 

O ataúde foi carregado até o refúgio, sob os olhares do Bispo e do Rei; este quase não conseguira passar pela fenda, tamanha a obesidade. Logo os soldados depositavam o caixão dentro do sepulcro e os servos vinham com sacas de terra para cobri-lo. Os sacerdotes entoavam cânticos sacros, as mulheres lacrimejavam e a carne de Pedro encontrava seu retiro.

 

Estabelecida a lápide, Casimiro se prostrou sobre ela, proferindo palavras inaudíveis, como que se despedindo do antigo vassalo, mas de um modo bastante afetado. A lamentação era geral; contudo, aos poucos, os presentes deixavam o mausoléu aos prantos e a multidão se dispersava. Oportuno, o Rei recompôs-se após a falsa deferência e, com um gesto, ordenou que o deixassem a sós com o Bispo.

 

– Santo Padre, sabes por que estou aqui, para além da homenagem fúnebre. – Disse o Monarca, sua voz contendo uma malícia silenciosa.

 

– Posso imaginar... – Respondeu Estanislau, desconfiado. Persignou-se antes de continuar a conversa.

 

– Pedro está morto. Sua filha, Anna, não se casou. Em vida, o Duque nunca me autorizaria unir-me com ela. Agora, o Senhor me favoreceu: a oportunidade de um novo e santo matrimônio se faz presente. Gostaria que Vossa Excelência Reverendíssima celebrasse esse casamento.

 

– Não tomarás em vão o nome do Senhor!

 

– Que queres dizer com isso?

 

– Deus nunca permitiria essa união!

 

– Como sabes? Sou viúvo! A Igreja me autoriza tomar uma segunda esposa!

 

– És astuto, ó Rei. Contudo, bem sei que a tua antiga esposa não padeceu de motivo natural. Foi assassinada!

 

– O quê?! Como ousas proferir tamanha desfaçatez?!

 

– Vai me desculpar, mas a tua falecida dama era estéril. Todos sabiam disso. A sua morte foi bem-vinda, quase celebrada na Corte. Eu estava lá! Ela foi envenenada! Portanto, essa nova união jamais contará com a minha bênção! Vai embora e recolhe-te em penitência enquanto ainda há tempo!

 

Casimiro direcionou um olhar furioso ao prelado.

 

– Bispo dos infernos! Não perdes por esperar! – Rugiu, encaminhando-se para fora da cripta. O sacerdote, por sua vez, entoava uma prece voltada ao crucifixo.

 

 

A Conspiração

 

 

O Castelo de Wawel encontrava-se na parte alta de Cracóvia, circundado por um fosso ligado ao Rio Vistula: uma imensa cabeça calva coroada pelo edifício gótico de pedras enegrecidas, bem ao estilo tosco do Rei Casimiro.

 

Na terceira manhã após o funeral de Pedro, o intransigente Monarca estava em audiência com alguns de seus súditos no Grande Salão de Wawel: uma galeria, logo à entrada do Castelo, ladeada por pilastras que remetiam às alturas do teto bojudo. Era ricamente adornado, o que contrastava sobremodo com a decrepitude do restante da fortaleza. Um símbolo da discrepância entre a austeridade do passado e a opulência do presente, a qual o Rei tratava de ostentar.

 

Enquanto Casimiro parlamentava, ouviram-se vozes e aplausos vindos do exterior. Os portões se abriram e deles despontaram Tomaz e Pavel, acompanhados pelo Corvo e por um grupo de cavaleiros. Uma visão impressionante: era como se anjos houvessem descido dos céus, pois a luz que invadia o Salão resplandecia em suas armaduras, as capas esvoaçando ao vento como asas. Ao redor, os servos gritavam de satisfação, pois a notícia da vitória no leste correra ligeira pelas bocas do povo.

 

– Abram alas para os campeões da Polônia!

 

No entanto, feito um borrão negro em meio ao fulgor, o emissário real se destacava, perfeito mensageiro do agouro. Ele se adiantou em deferência a Casimiro, que, obeso e ignóbil em seu trono, ao direcionar o olhar aos Condes, esboçou um sorriso dissimulado. Invejava-os por seu poder e estima, mas sabia que, agora, possuía as armas para a sua derrocada.

 

– Majestade, trago os filhos de Piotravin à vossa presença.

 

O Rei levantou-se do assento, as vestes suntuosas e um pingente de diamante balançando na cadência de sua enorme barriga. Abrindo os braços num gesto rude, cumprimentou-os:

 

– Ah! Aqui estão Tomaz e Pavel! Grandes líderes de meus exércitos! Por um lado, fico feliz em ver-vos, pois fui informado do sucesso da campanha em Kiev! De outro, infelizmente, desejo-vos meus sentimentos por vossa perda! Pedro era um grande homem.

 

Ambos assentiram com mesura. Tomaz tomou a frente:

 

– Nosso Rei é muito generoso e concedeu-nos a gentileza de uma audiência. Creio que para tratar de negócios de meu finado pai.

 

– Ah! Vejo que os filhos de Piotravin são diretos. Isso me agrada. Emissário, retira os demais.

 

Com um bater de palmas, o Corvo ordenou que os deixassem a sós, de modo que a pequena assembleia ali reunida sublimou para os corredores adjacentes. Os cavaleiros, porém, deixaram o recinto em sua pândega ruidosa, saudando o Rei com clamores triunfantes. Em breve, restou apenas a audiência dos homens de pedra da galeria, monumentos sinistros de antigos monarcas que pareciam acompanhá-los na expectativa de algum presságio funesto. Casimiro observava uma dessas estátuas com uma feição sardônica, o que atraiu a atenção de Tomaz. Este logo percebeu a mudança de ares, e uma gota fria de suor desceu sua têmpora quando o Rei continuou o colóquio:

 

– Receio que não sabeis dos nuances da morte de vosso pai.

 

– De fato. Viemos direto para Cracóvia. Ainda não visitamos o feudo de Piotravin. – Respondeu Tomaz, desconfiado.

 

– Então não sabeis do problema que tens...

 

– Desconhecemos. O que nosso pai confidenciou-te?

 

– A mim, nada. Entretanto, o Bispo de Cracóvia, aquele crápula, relatou-me que Pedro, antes de morrer, doou à Igreja boa parte de suas terras.

 

– O quê?! Não é possível!

 

Os irmãos se entreolharam, incrédulos. De repente, as altivas pretensões de Tomaz evanesceram, como chama que se apaga numa noite fria de inverno. O brilho de seu olhar feneceu junto, dando lugar à sombra de um rancor profundo.

 

– Tens certeza desse fato?

 

– Absoluta.

 

– Mas... Ele nunca faria isso conosco!

 

– Bom, receio que o Bispo Estanislau pode ter influenciado o velho...

 

– Que queres dizer?

 

– Eles eram amigos de longa data. Estanislau era seu confessor e diretor espiritual. Creio que, com a doença de vosso pai, influenciou-o maliciosamente a fazer tal doação. Que pai trairia seus filhos dessa forma? Somente aquele que teve a mente envenenada por um parasita.

 

– Estás sugerindo que aquele santo homem influenciou o meu pai em benefício próprio? – Pavel, pela primeira vez, pronunciou-se, em um tom deveras desafiador.

 

– Compreendo tua surpresa, mas saiba que o “santo homem” há muito trama contra mim.

 

– Como?!

 

– Ele me difama como assassino. Crê que minha finada esposa foi envenenada a mando. Um absurdo! Vede bem: o prelado de Cracóvia é uma víbora! Não confieis nele! 

 

– Se o que acusas é verdade, então temos um inimigo em comum. – Destacou Tomaz.

 

Nesse momento, o Corvo, que tudo ouvia, disse-lhes astutamente:

 

– Milordes, se me permitirdes, proponho o seguinte plano. Vós, herdeiros de Piotravin, tendes interesse em anular a doação. Portanto, convocai um tribunal para analisar o pleito. Vossa Majestade indicareis o juiz. Eu mesmo serei vosso advogado. Não há dúvidas: ganhareis facilmente a causa, pois as testemunhas são fracas. Simultaneamente, o Bispo cairá em desgraça, tido como aproveitador.

 

Os outros três moveram olhares apressados entre si. Tomaz arqueou as sobrancelhas e disse:

 

– Como sabes a respeito das testemunhas?

 

– A língua corre solta de que poucas pessoas presenciaram a morte do Duque, que se recolheu no momento derradeiro. Muitos boatos e poucas informações. Sabei disto: a palavra do homem é a prostituta das provas!

 

A fisionomia do Rei demonstrava uma satisfação sórdida e ele logo se adiantou:

 

– É um plano excelente. Contudo, haverá um preço. O meu preço!

 

– E qual seria?

 

– Quero a mão de vossa irmã, Anna.

 

– Estou de acordo, desde que pagues o soldo da tropa. – Tomaz respondeu sem cerimônia.

 

– Pensas que estás em condições de negociar? Aceita o preço ou fique sem o feudo!

 

Casimiro fulminava os Condes com olhos que escondiam uma chama negra em seu interior. Era acompanhado pelo Corvo, o qual abria os lábios em uma leve curva, revelando os dentes podres. Tomaz parecia desafiá-los, o peito estufado de ódio, a armadura resplandecente. Pavel, de seu turno, detinha os ombros arqueados, o olhar no chão. Após alguns breves segundos nessa contenda silenciosa, o mais velho enfim proferiu sua sentença:

 

– Tudo bem... aceito!

 

Pavel subitamente desviou a visada para os demais e resmungou: “Isso é um absurdo!”.

 

– Vossa Majestade, aceitai que eu tenha uma conversa em particular com meu irmão? – Disse Tomaz, nitidamente envergonhado.

 

– À vontade!

 

Os irmãos recolheram-se em um canto, enquanto Casimiro e o Corvo observavam à distância com um sorriso torto. De repente, aquelas galerias tornavam-se um cárcere de pedra, aprisionando os herdeiros de Piotravin à vontade do Rei. Tomaz, ávido pela herança, via-a escorrer por entre os dedos; Pavel, mais do que nunca, encontrava-se num dilema: nada daquilo parecia direito.

 

– Irmãozinho, pensa bem antes de falares!

 

– Tomaz, o que estás fazendo? Negociando nossa irmã como mercadoria? Sabes que nosso pai era contrário a essa união, pois Casimiro pretende sobrepujar-nos. Respeitemos sua vontade e, por conseguinte, a doação da terra!

 

– Ele estava delirando no final da vida. Como podes anuir com esse ato? Porventura, estás sem juízo? Queres que fiquemos ao léu?!

 

– Conheço bem nosso pai. Ele nos amava! Logo, se assim procedeu, é porque tinha em elevado grau nossa salvação, homem espiritual que era! Por isso, questiono o que foi falado a respeito do Bispo.

 

– Questiono, isto sim, a tua própria sanidade!

 

– Irmão, se não aceitas a doação por nosso pai, aceita por mim.

 

– Não! É impossível! Estás louco!

 

– E tu, cego pela cobiça! Sabe que não apoiarei esse trato!

 

– Faz como bem entendes. Vou propor a demanda e anular qualquer pretensão desse parasita! Quanto a Casimiro, pode lucrar agora, mas, no futuro, hei de confrontá-lo!

 

A partir daquele momento, os irmãos separaram-se, enfurecidos. Tomaz foi ter com o Rei, o qual agora contava com o seu apoio. O obeso esfregava as mãos satisfeito: a sentença desfavorável a Estanislau arruinaria este, que seria removido do bispado. O caminho até Anna pavimentava-se, assim como o da herança de Piotravin.

 

Pavel, de seu turno, percorreu hesitante os corredores abafados, ora nas trevas, ora na luz, que se insinuavam numa coisa só. Nada mais parecia real.

 

Lembrava-se da advertência do patriarca: “trata de guardar teu irmão”. Mas a diretriz figurava distante, como se pertencesse a outra realidade. Sentia que o mundo em que vivera encontrava-se irreconhecível, uma base que desmoronava ante o peso dos novos acontecimentos. Estanislau, que muito estimava, agora parecia um reles bandido aproveitador. O pai, um ícone de destemor e justiça, desmantelou-se frente ao ataque da demência. Tomaz estava certo: ou se uniam temporariamente a Casimiro ou aceitariam uma vida de provações, ridicularizados por seus inimigos.

 

Enquanto Pavel conjecturava tenso em seu canto obscuro, o Corvo rastejou até ele, como uma serpente saída de alguma fenda infernal:

 

– Sê inteligente! Vem para o lado da verdade enquanto podes!

 

O nobre sobressaltou-se, tomado de surpresa pela súbita aparição. Vacilante, não se manifestou, mirando taciturno aquele abutre com o olhar esgazeado. Tudo parecia corroborar a tese de seu irmão e do Rei, de que Pedro, alucinando nos momentos finais da vida, aceitara as sugestões do Bispo parasita. Contudo, os sussurros ouvidos dias atrás vinham fortes em sua mente: “Sê forte! Tenha fé!”, assim como a imagem do crucificado a chorar lágrimas escarlates.

 

Como se lesse os seus pensamentos, o Corvo indagou:

 

– Onde está o teu Deus? Onde está?! Pois não o vejo! – E ele esboçou uma risada irônica, pavorosa, um sibilo de escárnio. Neste momento, Pavel pensou ter visto uma língua bifurcada que saía por entre os dentes podres do arauto.

 

O Conde arregalou os olhos, aterrorizado. O outro ria, ria descontroladamente, o bafo quente atingindo o rosto de Pavel feito o próprio demônio com seus vapores pútridos de enxofre.

 

– Afasta-te de mim, satanás!

 

Mas a resposta veio na forma de mais risotas, que continuavam delirantes e atingiam o nobre como botes de uma víbora. Ele não aguentou aquilo. Disparou pelos corredores escuros, deixando o diabo com suas risadas. Atravessou os arcos de Wawel e perdeu-se nas ruelas da cidade mais abaixo.

 

Os becos mais pareciam labirintos dos quais ele não conseguia sair. As paredes das casas se fechavam sobre si, sufocando-o. Cambaleante, alcançou o mercado e mirou desorientado o rebuliço de artesões e vendedores de animais. Em certo momento, tropeçou em um deles, um porco, e caiu, chafurdando-se na lama. Os mercadores zombaram do episódio, suas gargalhadas lançando-se como flechas em direção a Pavel, tal qual aquelas do Corvo.

 

Próximo dali, um trovador estava com sua viola, sentado sobre um barril de cerveja. Ao ver a cena patética, as penas de seu chapéu se agitaram e ele compôs uma canção sarcástica:

 

Eis aí Pavel

De sangue nobre

Retirado o véu

Torna-se pobre!

 

Pavel foi até ele e, agarrando-o pelos ombros, emitiu um grunhido:

 

– Sabes onde estás enterrado Pedro Piotravin?!

 

Mas o bardo continuou sua cantoria:

 

Pedro senhor

Reside no alto da colina

Deu o penhor

Encontrou a sua sina!

 

O filho entendeu. Enlameado e alucinando, atravessou os portões e percorreu o caminho pedregoso entre a cidade e os morros mais ao norte. Por horas, perdeu-se entre os seixos, sem direção. A temperatura despencava, eis que o crepúsculo caía sobre o mundo, e formava-se sobre as colinas uma neblina opaca que tudo obscurecia. O rapaz, sem rumo, tremia e bradava:

 

– Pai, onde estás?!

 

Até que, já no avançar das horas, ele vislumbrou um grande pedregulho, claramente instalado pela ação humana, que repousava sobre uma bifurcação das pedras. Havia inscrições sobre ele e uma porção de crisântemos nos arredores. Pavel direcionou-se à rocha, para constatar o que as gravuras diziam: “Aqui jaz o senhor de Piotravin”.

 

– Pai!

 

Ele tentou mover a barreira, os músculos retesados enquanto empurravam a grande massa, que se manteve estática e triunfante. Após alguns minutos de um esforço inútil, ele enfim desabou no chão de cascalho, chorando.

 

– Pai, por que me abandonaste?!

 

E a treva veio, cobrindo-o com seu manto enlouquecedor.

 

 

 

Quando o sangue tinge o prado, não há canto que console,

Pois do orgulho mutilado nasce dor que não se acolhe.

Se há virtude na desgraça, o futuro a revelará,

Mas enquanto a vida passa, resta o preço que se pagará.

 

 

 

Continua...

 

 

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Nota do autor: segundo ato de quatro. Obra baseada na biografia de Santo Estanislau da Cracóvia (1030-1079) e no milagre que lhe é atribuído. Originalmente prevista para ser uma noveleta desenvolvida em dois atos, agora foi expandida para quatro.

 

LS Boynard
Enviado por LS Boynard em 04/01/2025
Reeditado em 24/05/2025
Código do texto: T8233563
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