Desaparecimentos

Fomos convidados para um evento em uma cidade vizinha, aproximadamente a duas horas de viagem. Aceitamos o convite, e no dia combinado eu e meu esposo saímos cedo rumo ao local indicado.

Ao chegar lá, estavam acontecendo 3 eventos ao mesmo tempo, era num sitio grande, portanto havia espaço suficiente. Lá havia uma casa com um terraço a céu aberto, e um dos eventos acontecia lá no terraço, e os outros dois acorriam um pouco mais afastados da casa debaixo de umas tendas colocadas para dar sombra e adornadas conforme a especificidade da festa, nos dirigimos as tendas que eram do evento ao qual fomos convidados, buscamos uma mesa e nos sentamos. Entre as conversas paralelas ouvi alguém falar que uma moça da festa do terraço tinha desaparecido. Imaginei que talvez estivesse apenas explorando o local, ou sei lá, como alguém some assim do nada?.

Logo chega um grupo de pessoas que, por ficarem próximos a nós, acabamos nos cumprimentando e apresentando uns aos outros.

Entre eles havia uma mulher que tinha 3 filhos os quais trazia consigo.

As crianças foram brincar e as pessoas se dispersavam pra lá e pra cá conversando e buscando comes e bebes, quando vejo a mulher no terraço, olhando ao redor, e parecia um tanto desesperada, reparei que estava chamando por alguém. Eu levanto e vou em direção a ela para ver o que estava acontecendo, nos encontramos no meio do caminho e ela relata que um dos seus filhos tinha se perdido.

Organizamos uma busca rápida. Alguns conhecidos juntaram-se a nós, e revistamos o sitio inteiro, sem sucesso. Decidimos expandir a procura para além dos limites do local, chegando a um declive que levava a uma espécie de cratera antiga, conclui ser uma cratera antiga porque ali embaixo já haviam arvores, grama e toda uma vegetação formada.

Já estava anoitecendo e um senhor que nos acompanhava na busca disse pra não entrarmos na mata, as pessoas se perdiam ali.

Não sei se for por isso ou por realmente estar anoitecendo que acabamos retornando para o local da festa.

Eu estava cansada, não vi meu esposo, então fui direto para o hotel. Tarde da noite meu esposo chega e fico chateada com ele por chegar naquele horário e bêbado, ele fica chateado e sai novamente.

No dia seguinte, meu esposo retorna mais são, deve ter ficado em outro quarto, mas não quis discutir o assunto. Já era hora de retornarmos.

De volta para casa, em algum lugar da estrada tinha surgido uma vala que abarcava metade da estrada, metade essa, na direção contraria na qual estávamos, como tinham caminhões vindo, paramos, aguardando estes passarem, eles vinham de uma curva, e o primeiro caminhão ao desviar tombou na vala, imagino que foi uma surpresa ver a vala logo a pos a curva, e os outros dois caminhões acabaram tombando também. Outros carros tinham aparecido atras de nós, saímos do carro, assim como as outros atras de nós, as pessoas ficaram olhando os estragos, os produtos que os caminhões carregavam, espalhados por todo lugar. Enquanto isso fui a procura dos motoristas, apesar de estar com medo de ver os corpos mortos e machucados. me repreendi por estar pensando nos corpos e na possível morte das pessoas, enquanto as outras pessoas estavam apenas olhando os produtos caídos na beira da estrada. Não encontrei ninguém nos caminhões, pensei que poderiam ter sido jogados pra fora, então entrei na mata que tinha ao lado da estrada, andei um pouco estrada adentro e encontrei um lago, é não sei descrever o quanto fiquei surpreendida com o que vi, sobre o lago pairava uma mistura de fogo e fumaça. Como aquilo era possível?

Sem corpos, uma vala e um lago sinistro, voltei pra casa junto com meu esposo.

No dia seguinte fui pra faculdade e estava na área externa com uma pessoa amiga e contei sobre tudo o que tinha acontecido, a festa, o acidente... E essa pessoa após escutar com toda a calma e atenção, me diz que tenho que falar com um certo professor, esse professor poderia me ajudar a entender o que estava acontecendo, disse que esse professor estava de olho em mim e não disse mais nada, apesar das muitas perguntas que fiz após essa nova informação.

Instintivamente olho pro prédio da faculdade, pela janela do laboratório, ele estava olhando pra mim, quando percebeu que o notei, desviou o olhar. Era o tal professor.

Dias depois, estou em um carro a toda velocidade, no banco do passageiro, eu estava com um espelho de mão, redirecionando os raios do sol de maneira a cegar os motorista a nossa frente, assim eles desviavam do caminho, nos dando passagem. Enquanto isso, escuto que aquela jovem que tinha sumido na festa, tinha sido encontrada morta.

Francinagma
Enviado por Francinagma em 01/12/2024
Reeditado em 01/12/2024
Código do texto: T8209222
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