MISTÉRIO DA TAMPA DO BUEIRO
Aquele dia parecia igual a tantos outros. Scaramouche pedalava pela ciclovia de São Leopoldo, sentindo o vento familiar no rosto, quando algo incomum aconteceu. Ao passar pela tampa de metal do bueiro, sentiu a bicicleta ser impulsionada para cima, como se o chão tivesse ganhado vida. Parou imediatamente, curioso. Olhou para a pesada tampa que, estranhamente, balançava de um lado para o outro, como se algo sob ela tentasse escapar. Pegou o celular, filmou o movimento estranho e o barulho abafado que vinha de baixo. Era como se o bueiro estivesse... vivo.
Por minutos, a tampa saltitava sozinha, e Scaramouche, sem pressa, observava, fascinado e intrigado. O movimento foi diminuindo até parar completamente, como se o mistério se retraísse, voltando ao silêncio. Ele ficou ali, contemplando o bueiro agora inerte, pensando se aquilo era apenas uma peculiaridade do destino ou se algo mais profundo o chamava para descobrir o que havia ali embaixo. Seria um mistério com causas explicáveis ou não.
Neri Satter – Outubro de 2024 CONTOS DO SCARAMOUCHE