UMA HISTÓRIA DE AMOR E PESADELO
O sol se pôs sobre o campo verde enquanto Iara esposa de João Neri caminhavam de mãos dadas pela trilha sinuosa. O ar estava impregnado com a promessa de um destino desconhecido, mas belo. Porém, a tranquilidade do momento foi interrompida quando Iara sugeriu uma visita à casa de praia de sua mãe nas proximidades.
Ao chegarem à casa modesta de madeira, a luz do sol refletia nas janelas empoeiradas. A atmosfera mudou abruptamente quando entraram, sendo recebidos por um odor desagradável de um banheiro abandonado. João Neri relutantemente seguiu Iara até lá, onde se depararam com um cenário de sujeira e decadência. O vaso sanitário, estranhamente diferente e visivelmente sujo, deixou uma marca perturbadora na mente de João Neri.
No entanto, o pesadelo estava apenas começando. Mais tarde naquela noite, João Neri foi atormentado por um sonho angustiante. Ele se viu aprisionado dentro de uma bolha de plástico, sufocando lentamente à medida que o ar dentro dela se tornava cada vez mais rarefeito. A sensação de falta de ar o envolveu em desespero, enquanto ele lutava para escapar do inevitável destino.
A única esperança residia em Iara, que estava adormecida ao seu lado. Consciente de que apenas sua voz poderia libertá-lo da tortura do pesadelo, ele gritou seu nome com toda a força que pôde reunir. Seus gritos ecoaram pela escuridão do sonho, até que finalmente Iara o acordou, dissipando o horror que o envolvia.
No entanto, João Neri não conseguia sacudir a sensação de que aquele pesadelo sinistro tinha um significado mais profundo, uma mensagem oculta que ele ainda não compreendia.
Neri Satter – Março de 2024 - contos do Scaramouche