Inconclusivo

- Olá, como estás?

- Nada bem, cansado, farto, desesperado e magoado.

Silêncio

- Já pedi desculpas, foi um erro aquele nosso contato, por isso deu tudo errado.

Silêncio

- Você não atende minhas ligações, e ontem quando atendeu me chamou de Sebastião?! Respondeu irritado.

- Oras, entenda, eu tinha que fazer algo para despistar, senão...

Barulhos de sirene na rua,ruidos tiram a concentração.

- Você sabe como estou vivendo?

- Imagino, sei que não é facil, viver sempre desse jeito, mas entenda é por pouco tempo,prometo.

- Chega! Estou farto das suas promessas... vou embora amanhã cedo, Embarco para Patagônia e de lá só Deus sabe...

- Poxa! Eu lamento tudo isso, mas tentamos e não deu certo, tentei desviar a atenção e ser mais obejtiva nas propostas, mas de nada adiantou. Desculpe me por falhar, lamento mesmo.

Silencio

- Tá OK! Então ficamos assim, eu viajo e você apura os fatos, novamente, tudo bem?

Tá bem tentarei tomar outra direçao, mas não fique tão bravo assim, saiba que não posso contrariar a hierarquia e lá tem olhos em tudo.

-Mandarei noticias, e você se conseguir resolver antes, vê se me avisa, preciso minha vida de volta. Isso é angustiante.

- Ruídos na rua, caminhões passam... começa a chover.

- A chuva de verão chegou, precisava mesmo tanto calor - falou para não cair no silencio que mortifica.

- Então, combinados? Preciso partir, tenho que arrumar coisas e dar fim em outras antes de viajar.

Meneou a cabeça, afirmativamente.

- Obrigada pela ajuda, sem você eu jamais chegaria até aqui, mas ainda preciso de mais tempo para descbirir a verdade e até la´...

Levantou-se, rosto contrariado. Pegou a pasta de couro em cima da mesa e pensativa ficou a devanear, sobre a vida, a situação inusitada e tudo que tinha acontecido no último ano, logo ela que sempre pensava ter a vida nos trilhos, se via ali, confusa e aturdida com tudo. Restava apenas fazer o que tinha que ser feito, apesar dos meios não justificarem os fins, era necessário e o tempo se encarregaria de finalizar tudo... o tempo... restava pouco tempo. Levantou-se, pegou sua bolsa e saiu para a rua, a chuva tinha cessado.

Chuva de verão,vem em boa hora, logo apagará os vestigios de tudo que aconteceu.

Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 30/01/2024
Reeditado em 31/01/2024
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