Para os que tem medo do escuro
Canto escuro
Que a vela resolveu revelar
Esta vazio, as sobras que ali habitava
Agora estão em outra parte
O medo é um sussurro bem leve
É aliado da imaginação
E quando as sombras mudam de forma
Trazem um lugar mais escuro
Traiçoeiro a luz que ali te abandonou
A rua abandonada, sem nenhuma alma
Os galhos das arvores, lá fora
Tomam certas formas aqui dentro
Uma mão que me acena
No escuro, causa arrepios....
A noite vai passando... deixando assim mais pesado o escuro
Os anjos caem sobre o sofá que os engole
A cama... como um oceano me engole
Não consigo respirar.... sinto que vou me afogar
Com tanto medo e pensamentos embaralhados
É nas horas que seguem lentamente que serei devorado
Os anjos que observam lá de fora.
Os que observam.... sussurram ao pé da minha cama....
E para os que estão parados sobre minha janela.
De olho de canto, possam voar
A lua esta devorando as estrelas....
E so sobraram algumas constelações,
lá fora
E aqui dentro sinto que sou o próximo.
E o relógio enlouquecido se esqueceu de marcar as horas
Agora não sei que horas são.
Pois a noite é interminável
A escuridão esta por todos os cantos
O peito dispara, como se fosse ter um enfarte
O espelho d´agua mostra um ser
Não sei dizer quem é.
Pois me finta, como se me conhece-se
Vejo que seu prazer, é me importunar.
Me imita, me irrita
Quando diz que nunca encontrarei o caminho de volta
E minha vida num pesadelo se desfez
Tentei encontrar o interruptor.
Mas a cada passo, ele ficava mais longe
Longe, bem mais longe que imaginava.
Ao me virar, as sombras formam um tumulo
E a um corvo sobre a cruz, que grita intensamente.
Falando que fui bem mais longe, do que pensava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Me deixou assim desnorteado.
Tento encontrar o norte, em meio a tantas sombras
Enquanto os livros despescam da estante
Os monstros que eram trancados em meu peito
Tomam formas... assustadoras
Lovecraft deveria estar louco de mais
Fantasmas do passado que arranhão minha face
Encontram um elo, entre mim e as escuridão
Meu ser indignado agora rasga os livros
Tentando banir todos os monstros
Que ali habitavam,
Mas a escuridão, nos jogam para bem longe
E mais uma vez, o corvo que sobrevoa minha carcaça
Grita
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Longe, bem mais longe que imaginava.
Me volto ao tumulo que volta a aparecer diante de meus olhos
A noite esta se desfazendo.
Vejo tudo desmoronar.
Tento correr e tento chegar ao interruptor.
Lentamente o momento esta.
Os tentáculos da escuridão
Bem mais escuro que a própria noite
Me envolvem, me rasgão inteiro.
Fecho tão forte os olhos.
Que sinto arderem tanto
E quando abro.
Vejo que o sol nasceu.
Acalmando a alma.