A MENINA QUE AMAVA AS ESTRELAS
Era uma vez, uma menina que ficava encantada com o Universo e toda aquela beleza, muito embora não tivesse maturidade para entender a vastidão daquele espaço que a rodeava e tampouco conhecimento para saber compreender toda aquela beleza exuberante, a qual podia apreciá-la a qualquer momento sem que precisasse pagar um centavo por isso.
Aquela menina esperava ansiosa a noite chegar, para poder conversar com a lua e com as estrelas, ver o Cruzeiro do Sul, os Três Reis Magos e As Três Marias, como seu pai e sua mãe sempre falavam, apontando o dedo para esses pontos lá no céu, para que a menina pudesse também localizar e visualizar tão belas imagens.
Ao ir à escola, a menina aprendeu também que aquelas imagens formadas por aquelas estrelas também recebiam o nome de constelação, o nome mais lindo que ela já ouviu.
Sim, a garota ficava encantada com as estrelas, daí, descobrir que aqueles agrupamentos formados por elas tinham nome, foi uma das descobertas mais emocionantes.
Não foi difícil a menina aprender os substantivos coletivos, pois lá no meio deles, estava o mais bonito: CONSTELAÇÃO.
A admiração pelo Universo e pelas estrelas era tão intensa que a menina começou a desenhar, muito embora não fosse caprichosa nessa arte, mas enfim, qualquer risco que saísse parecido com estrelas, era gratificante.
Teve uma vez que a menina começou a juntar embalagens secas de cigarros que seu pai vendia na budega, as quais eram jogadas fora pelos fumantes que ali passavam para comprar cigarros e fumar lá mesmo enquanto tomavam um cafezinho saboroso que sua mãe fazia.
Assim, ao juntar uma certa quantidade de embalagens de cigarro vazias, contendo papéis dourados e prateados, a menina conseguiu através de recorte e colagem, criar o Universo com a Lua e as estrelas formando constelações.
A arte da garota foi exposta na parede da sala por alguns dias e realmente chamou a atenção de algumas pessoas talvez não pela beleza, mas pela ideia e criatividade.
A menina cresceu e nunca esqueceu a luminosidade das estrelas cadentes, dos meteoros ou meteoritos riscando o céu, lá no sítio, onde não havia eletricidade e sim felicidade.
A menina também não esqueceu daquelas noites especiais, nas quais reinavam muita paz e um silêncio profundo. Ela repousando a cabeça no colo da mãe, que deitada em uma preguiçosa, contava muitas histórias, algumas delas sobre disco voador, pois sabia o quanto a garota se encantava com qualquer história que fizesse referencia ao espaço.
E assim a menina se tornou adulta e hoje relembra tudo com saudades, até mesmo das noites que ficou acordada até o dia amanhecer, esperando ver o tão famoso Cometa Halley passar no leste, esse que nunca deu as caras para satisfazer o desejo daquela criaturinha apaixonada pelo Universo e seus milhoes, bilhões, trilhões, ... de galáxias.