O pequeno anjo!
Inverno de 1959
Inverno de 1959.
Uma determinada madrugada, em um pequeno vilarejo com poucas casas surge uma mulher pedindo pouso... Alguns moradores se recusaram com receio de sua aparência.
Mulher branca, alta, cabelos ruivos e longos, olhos cor de mel, toda vestida de preto um longo casaco, e em seu pescoço uma cruz como adorno.
Uma viúva e sua pequena filha abriram-lhe a porta dando alimento e pouso. A mulher pergunta o nome das duas à mãe Maria a filha Tereza e então a mulher misteriosa se apresenta como Morgana.
Final de semana, e por isso os moradores não despertam logo ao amanhecer, dormem até mais tarde.
Morgana levanta-se antes de todos e faz como de costume... Vai para fora abre seus braços e faz uma prece em forma de conversa com a natureza.
Ao voltar a casa encontra a garotinha chorando, imaginando que Morgana tivesse partido sem se despedir.
Assim que avista Morgana pula em seus braços e pede que fique mais um pouco.
Morgana sorri, beija a face delicada de Tereza e diz que ficará, mas, somente o final de semana.
Mãe e filha agradecem, ouve-se uma manifestação, Tereza abre a janela e percebe que os moradores acusam Morgana de ser bruxa pelo modo como fez sua prece. Eles acreditavam que Morgana tivesse os amaldiçoados por negarem pouso. Morgana ignora e volta-se para a mesa com as duas para o café da manhã.
Segunda-feira Morgana pronta para partir. O vilarejo está somente com as mulheres e as crianças e os homens no trabalho.
Ouvem-se gritos, correrias, portas e janelas tentando serem fechadas, crianças correndo aos gritos.
Morgana saí e se depara com vários homens mascarados atacando o vilarejo com flechas em chamas.
Ela corre ao encontro das crianças abre seus braços na tentativa de proteger os pequenos.
O comandante pensa ter visto atingirem uma determinada criança que não poderia ser ferida por algum motivo.
Desesperado ele mesmo inicia uma guerra entre os seus homens imaginando que a ordem tivesse sido violada, já que a determinada garotinha não poderia ser ferida.
A batalha torna-se sangrenta e os homens se matam entre si.
Morgana caída em decúbito...
Assim termina a grande batalha...
Trinta e nove anos depois.
Em uma tarde de inverno uma elegante senhora entra com sua filha adolescente em um museu de artes.
Chama a atenção pelo seu traje, toda de preto com um enorme casaco, elegante e como adorno em seu pescoço uma corrente com um lindo pingente de cruz.
Um determinado quadro chama a atenção de mãe e filha que ficam paradas admirando a obra.
Cujo nome da obra é:
A batalha do vilarejo.
A pintura sobre a tela mostra um enorme anjo caído ao chão com suas imensas asas abertas protegendo algumas crianças o anjo está quase morto e em suas asas flechas em chamas e ao seu lado uma pequena criança ajoelhada segurando sua face e beijando sua testa.
A jovem senhora deixa rolar algumas lágrimas, a filha se aproxima e pergunta por que ela chora.
Ela sorri limpa as lágrimas e diz:
--Não sei querida essa criança lembra-me alguém.
A filha com suas mãos pega o rosto da mãe com delicadeza aproxima-o de si e beija a testa da mãe como de costume.