COMPLEXIDADE

Escrever não é fácil, sem dúvidas. Assemelha-se, podemos afirmar, a participar de um verdadeiro jogo complexo no qual o jogador precisa manipular, unir e moldar as vinte e uma letras do alfabeto brasileiro para transformá-las, caso seja talentoso, e de maneira excepcional, em textos enxutos e contextos fascinantes.

Escritores, cronistas e poetas, impulsionados pela força da imaginação, inspiração, força de vontade e talento, têm nas mãos e na mente criativa a majestosa missão de delinear sonhos, fantasias, novos universos fictícios além de um sem número de universos inimagináveis para a maioria.

Sobrevoando os devaneios nas asas da imaginação e levando consigo os leitores e seus desejos mais escondidos, fazem milhões e milhões de pessoas rir, chorar, viajar em silêncio e sem sair de casa, sofrer e mais do que tudo sonhar. Como se fossem mágicos que num passar de páginas transformam as emoções e espalham conhecimento.

Nem todos sabem ou compreendem a angústia sentida pelo escritor diante do enorme desafio que enfrenta quando a ideia de escrever algo o põe frente a frente com a página ou a tela do computador vazio. Momento em que precisa forçar os neurônios a reunir as primeiras letras e com elas forjar as palavras que darão início a um novo mundo somente modulado através da bela ferramenta literária. Quem tem o privilégio de ler boas obras talvez desconheça o gigantesco esforço de seus autores com pesquisa, anotações, noites indormidas, inúmeros instantes de escreve e apaga, risca ou deleta, entre outros percalços que vão sendo vencidos a pouco e pouco. Até o ponto final. Mas para alcançar essa meta, vencendo enfim a maratona das letras embaralhadas, às vezes anos e anos de suor, sorrisos e lágrimas são gastos.