E SE ELA MORRER?

Sem inspiração, a imaginação sofreu um apagão e a criatividade caiu no abismo da mesmice. Quando nos sentimos assim parece que um fosso se abriu em nossa mente, o sentido das coisas se desintegra no ar, o mundo se torna vazio e estéril. Malgrado o anelo de criar algo singelo ou significativo, vem a apatia descarregar sua força sobre nossa fraqueza.

Nada de poesia ainda que simples, nada de algum texto ensejando o fio condutor de qualquer obra por menor que seja. Tudo sai de contexto, três ou quatro linhas escritas se mostram desconexas, sem pé nem cabeça, inexiste convergência de nada com nenhuma perspectiva. O a briga com o b, desentendem-se as frases, os poemas são rimas mortas e o horizonte não mais é uma linha invisível porque os sonhos não vão além da marg m dos rios.

Normalmente escritores, poetas e filósofos são como usinas produtoras de conteúdos mágicos, deles fluem as fantasias e os pensamentos através dos quais se guiam as gerações. Em dado momento, no entanto, se o coração dessa fábrica intelectual sofre uma parada cardíaca provocada pela ausência do bombeamento normal da essência inspiradora, pronto, a magia pode acabar num piscar de olhos.

O mais provável é a possibilidade de morte repentina do mundo da imaginação, pelo menos de forma momentânea, pois temos de considerar que uma massagem via alvissareiras leituras, talvez grande dose de bons textos reavivam os devaneios e a inspiração põe sí só reviva. Trazendo de volta o encantado universo de todos os contos, inclusive de fadas.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 02/06/2023
Reeditado em 03/06/2023
Código do texto: T7804058
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