CULPADO, MESMO INOCENTE

Tudo é culpa, dedos apontando, olhares de desprezo e acusação. As multidões ansiosas ouvem um sussurro e espalham gritos, tomam conhecimento de fragmentos mas expõem o todo imaginário. Inocentes ou não, a turma se encarrega de fazer o próprio veredito. Quase sempre de culpado. Até ser tarde demais para juntar os pedaços da inocência comprovada. Os olhos dos que julgam fora dos padrões divinos estão habitualmente esbugalhados, desmedidamente abertos com o objetivo de sempre: culpar, até mesmo os ainda com presunção de inocência. Espada no coração alheio é afago.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 16/05/2023
Reeditado em 16/05/2023
Código do texto: T7789798
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