QUEM MATOU AS CARPAS?

Eu mataria as carpas? Teria algum motivo bastante redundante e um argumento capaz de justificar a matança descontrolada e desnecessária desses peixinhos coloridos e tão agradáveis aos olhos?

Estaria eu louco para cometer tamanha insanidade bárbara? Elas sempre foram do meu apreço cotidiano, alegravam meus dias, aliviavam o estresse, faziam-me sorrir sozinho feito um bobo feliz, isto é, tinham absolutamente tudo para receber, ao contrário de violência, amor imenso, respeito, carinho e cuidados extremos com vistas ao bem estar delas.

Por óbvio, é claro, eu jamais as mataria nem mesmo se houvesse o caso repentino de necessidade para saciar minha fome. Por essa razão, aflito e até mesmo aborrecido, chateado mesmo, não entendo por que a morte das carpas foi imputada a mim. Eu as amava! Elas eram como filhas, irmãs, membros da família. O povo hoje não considera os cachorros como filhos queridos, mimando mais do que se fossem paridos pelas mulheres, algo absurdo e impossível? Então, da mesma forma eu amava minhas carpas.

Querem me responsabilizar pela morte de minhas carpinhas, os irresponsáveis, mas já providenciei a contratação de um especialista para investigar a causa mortis das minhas queridas filhotinhas. Enquanto ele não vem para levá-las e fazer uma minuciosa autópsia, deixei-as no freezer, onde diariamente me comprazo em aconchega-las no meu regaço. Ai de quem duvidar do amor que sempre tive por minhas carpas! Eles não me conhecem, não sabem de que sou capaz. Depois do resultado da autópsia vou esfrega-la na cara dos propagadores de fake news, seja lá o que esse troço inventado por aí signifique. Fake news é a carpa que te pariu, infeliz das costas ocas que disse ter sido eu a matar minhas lindas carpas! Vá de ré!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 11/02/2023
Reeditado em 11/02/2023
Código do texto: T7716705
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