DE SÚBITO
Aquele que me tomou pelo braço guiando-me para adiante, logo reparei, era meu irmão. Com voz calma e segura falou enquanto caminhávamos, eu por ele conduzido na noite estranha de uma rua suja cercada de pessoas esquisitas que fumavam, bebiam, falavam alto palavrões cabeludos e soltavam estrondosas gargalhadas, dizendo com firmeza: " você não é daqui, saia de tal ambiente, você está muito acima dessa chusma de desocupados e de local tão pocilguento." Olhei-o à medida que andávamos e, de súbito, embora sem sentir nenhum temor, lembrei-me que ele havia falecido há mais de três anos.