O HOMEM DA MEIA NOITE

Na cidade de Porto de Móz que fica na região do Xingu, especificamente no lado direito.

Há várias terras de quilombos em processo de titulação.

Uma dessas comunidade é o quilombo do Taperu .

Lá mora mais de 12 famílias.

Eles contam

A muito há tempo atrás, havia um posseiro muito ganancioso.

Que ao se apropriar das terras, derrubava-as, sem pena, quanto mais terras mais devastação.

Numa, tarde de quinta feira de inverno amazônico, dia muito nublado, calçou suas enormes botas, pegou seu motor serra e saiu cortando as cupiubeiras, os jatobás, as palmeiras, as jabuticabeiras, os cupuaçus e a frondosa castanheira.

Estava chovendo, ventando e relampejando muito, mas ele nem respeitou.

Numa das vezes em que ele serrou uma das castanheiras, deu um enorme vento e a árvore caiu em cima dele.

Ele não conformado em morrer daquela forma nem naquele dia.

Conta-se que todas as quintas feiras perto da meia noite.

Os moradores da comunidade escutam barulho de alguém andando de botas na praia.

Se saírem para pescar ou caçar nesses horários de meia noite ele bate, empurra, sacode deixa a pessoa tonta.

Por isso todas as quintas feiras o povo da comunidade não sai de casa antes da meia noite.

Com medo do homem de botas/ Homem da meia noite.