UMA BATALHA ÁRDUA
O escritor enfrenta um batalha diária com a própria imaginação quando fica diante do computador com a tela limpa. Mil ou nenhuma criatividade lhe vem à mente, as primeiras frases se enroscam em titanica luta, o cérebro entra em febril atividade e a cabeça transborda de realidades ou irrealidades paralelas. Naquele pequeno mas significativo espaço da máquina que não pensa, porém desafia, cabe o mundo da fantasia, da história, da ficção e do imaginário.
O instante, então, súplica solidão, muitas vezes o silêncio ou alguma melodia marcante que acelera os neurônios de quem faz da escrita o seu cotidiano. Iniciar as primeiras frases pode ser doloroso, árduo, mentalmente cansativo e decerto provocador. Porque depois do primeiro passo, por vezes, uma corrida acontece e tudo flui com a leveza dos sonhos sobre os quais não temos influência.
Contudo, a inércia, o ficar marcando passo, o empacar das ideias também é factível. Não obstante, malgrado o desânimo inicial de não lograr a jornada, desistir e perder o dia sem um capítulo sequer não é opção. Algo necessita brotar do universo utópico tão próprio do escritor, mesmo que seja, tão somente, o "era uma vez".... Pois quem escreve nunca joga para perder a competição, ele corre e voa ainda que com as pernas em frangalhos ou as asas partidas.