UM CORPO VELHO

O tempo passa, as rugas chegam, o corpo cansa, algumas vezes nos irritamos facilmente. Envelhecemos. Alguns sonhos já não são mais possíveis, em especial aqueles tão próprios da juventude, do riso fácil, da beleza em esplendor, da alegria que parece nunca ter fim. Lá se foram os anos, não somos mais jovens, passamos a ser "tio" e "vovô", até mesmo "pensionista do INSS".

Caso envelheçamos sozinhos, por viuvez, separação ou abandono, um novo amor nem sempre é viável ou acontece. Talvez não sejamos mais amados, provavelmente a ânsia pela juventude de outrora nos leve a querer alguém bem mais jovem que nós. Mas jamais é usual, raros são os novos interessados nos bem mais velhos. Embora ocorram casos isolados.

Daí, então, devido a exigência de um corpo velho por um novo, persiste a solidão, vem a tristeza, bate à porta a depressão. Por consequência, uns tantos morrem mergulhados na amarga saudade da ternura. A velhice cobra preços bem altos para a longevidade.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 10/10/2022
Reeditado em 10/10/2022
Código do texto: T7624532
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.