CABEÇA ESMAGADA

Vivíamos felizes, aliás, muito felizes e o mundo era lindo, cheio de maravilhosos arco-íris, praias límpidas de mares tranquilos, noites românticas após estonteantes pores do sol. Em suma, nossa união se mostrava um verdadeiro cobrindo fadas.

Não tínhamos filhos, foi nossa opção pensar a respeito muito mais à frente, preferindo continuar a vida a dois namorando, passeando por todos os lugares, nos divertindo, viajando e desfrutando o amor mútuo. A vida dos sonhos se tornara nossa grande conquista. Vivíamos um para o outro, e nunca dormíamos sem antes nos dizermos "eu amo muito você!"

Mas as ervas daninhas nunca param de nascer e proliferar nos campos dos trigais ou em qualquer outra boa semeadura. Sendo uma mulher linda e atraente, minha esposa, como acontece com todas as mulheres belas, atraía os olhares de homens invejosos de minha sorte por ser casado com ela. Um desses indivíduos, num dia de domingo em que estávamos na praia, aproveitou que precisei me ausentar por instantes para comprar coco verde e se aproximou dela. Quando eu voltava com os cocos, ao longe vi o desgraçado tentando agarrar minha esposa. Ela lutava e gritava sem receber ajuda de ninguém nas proximidades. Corri apressado, deixei um coco cair, não dei importância, e ao chegar ao local da tentativa de abuso contra minha esposa simplesmente bati na cabeça do infeliz diversas, inúmeras vezes, descontrolado, furioso, nem sei em qual momento parei. Talvez tenha sido muito tempo depois da cabeça dele virar uma massa sanguinolenta disforme e ouvir a voz se Angela dizendo: ' Ele está morto, ele está morto!"

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 03/10/2022
Reeditado em 03/10/2022
Código do texto: T7619393
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