UM OLHO VERDE, OUTRO AZUL
Sandra nasceu com olhos de cores diferentes, o esquerdo esverdeado, esmeraldino, o direito de um azul vívido. Tamanha característica nada usual fazia dela uma pessoa exótica, diferente e por quem todos os homens se apaixonavam perdidamente.
Despertando sentimentos divergentes, pois enquanto os homens a desejavam ardorosos, as mulheres a invejavam por ter olhos coloridos e possuir um corpo maravilhoso e belo, Sandra sempre se perguntava a razão de ostentar esse tipo de caso raro na oftalmologia. Ninguém sabia, seus pais desconversavam quando por ela indagado, tornando tudo ainda mais misterioso.
Numa noite em que os pais não estavam em casa, Sandra mexia displicente num dos armários da mãe ao qual nunca tivera acesso quando, alarmada, viu uma foto enrolada num pano e escondida sob estranho porta-jóias desconhecido. A imagem mostrava sua mãe, acompanhada de estranha criatura verde-azulada saindo de um disco voador pairando no ar. A criatura de certa forma vagamente lembrava seu pai, pois da mesma altura, corpo idêntico, exceto a cabeça, que era quadrada e tinha um olho verde-esmeralda e o outro límpidamente azul. Como podia aquilo? Qual era a explicação? Esperou assustada a volta dos pais, mas em vão. Eles nunca mais apareceram.