BRINCADEIRA FATAL
Na hora do almoço, que reunia num amplo salão os funcionários cujo horário coincidia, enquanto a outra turma permanecia trabalhando até chegar sua hora de fazer a refeição, com a volta dos primeiros ao seu turno de trabalho, todos riam, conversavam, falavam de tudo para esquecer o labor nesse esperado intervalo.
O gerente do estabelecimento interagia com eles, às vezes almoçando com a primeira turma, outras com os demais, de maneira que estaria sempre em contato com cada um dos seus subordinados fim a finalidade de criar laços de amizade com a galera geral.
O gerente costumava guardar na sua gaveta um revólver 38 devidamente registrado para posse e porte. Em algumas ocasiões, exibia para os funcionários a arma sem munição, apontava na direção de um e de outro fazendo piada com a brincadeira, gerando risadas e pilhérias. Antes, avisava que não tivessem receio porque não havia bala no revólver.
Num desses almoços descontraídos, à medida que seus funcionários se divertiam e comiam, o gerente sacou a arma, avisou que estava desmuniciada, brincou com alguns e, seguro como sempre pensava, apontou para a jovem mais linda entre as trabalhadoras, afirmando que ia atirar. Risada geral, gritos zombeteiros de "atira! "Atira!"inclusive da jovem visada, a qual abriu os braços como gesto de rendição desafiando seu superior rindo às gargalhadas. " Atira aqui na testa, ó!" Desafiou ela sob os alunos dos colegas. Também rindo e levando a coisa na brincadeira, o gerente apontou para a testa dela e atirou. A bala atingiu o espaço entre os dois olhos da jovem, que caiu instantâneamente morta. Tinha uma bala na arma. Se o gerente sabia nunca ficou provado.