O TARADO NO ESCURO

A festa de fim de ano da instituição financeira acontecia no salão de reunião onde se debatiam as premissas e as estratégias cotidianas com vistas a atrair novos clientes e investidores, aumentando os lucros mensais do banco. Todos pareciam alegres, risonhos, comiam, conversvam e se divertiam.

Destoando dos demais, embora ninguém percebesse por tratar-se apenas se um alfinete no palheiro, o que lhe dava vantagem, um funcionário disfarçava, ou quase tentava, parecer feliz como a turma toda. Mas se coração tocassem em seu peito veriam que seu coração vivia um tumulto de aceleradas batidas. Era agora ou nunca, ele precisava aproveitar a oportunidade. Sabia onde ficava o quadro geral de luz e marcou na memória o local exato onde se encontrava a jovem colega por quem alimentava um amor recalcado e platônico.

Sem despertar suspeita, pé ante pé, dirigiu-se ao local do quadro geral de eletricidade do prédio e apagou todas as luzes. Ato contínuo, no breu absoluto e sob os gritinhos das mulheres e urros brincalhões dos marmanjos, aos empurrões, foi apressado ao local memorizado onde a garota estava, ouviu a voz dela reclamando sobre o ocorrido, puxou-a para si, agarrou-a e dei-lhe um beijo nos lábios, forçando para abri-la no intuito de por sua língua na boca dela. A jovem tentou de todas as formas se defender, procurando gritar, dando socos, gemendo, afastando o rosto, o caos reinando ao redor, quando se repente alguém ligou a chave geral iluminando o ambiente. Não deu tempo do tarado se esquivar de ser reconhecido e correr para longe da vítima. O agressor, pasmem, foi o gerente do banco.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 15/09/2022
Reeditado em 15/09/2022
Código do texto: T7606226
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