A LENTA MORTE DO SILÊNCIO
O que me resta além
de escrever? O telefonema
não chega, a voz de consolo
inexiste, os abraços se foram,
os beijos nunca mais,
pereceram há muito
os sorrisos de outrora.
Tudo desapareceu,
despencou no abismo,
os amigos sumiram, a vida transformou-se num vazio
quase absoluto.
O que restou além do nada?
As lágrimas, o abandono, o distanciamento, a tristeza,
a solidão. Quem vive em universo semelhante e não chora?
Velhice e solidão matam,
a pouco e pouco, qualquer um.