O DENTE DE OURO

Só precisava uma boa paulada na moleira e tudo estaria resolvido. Era notório que o sujeito frequentava o prostíbulo de Chica Boa três vezes por semana, fato que o mal intencionado checara por diversas vezes. O dente de ouro andava com muito dinheiro quando ia para a farra, além do mais havia o dente de ouro tão ambicionado.

Passava das nove horas da noite quando ele avistou sua possível vítima, naquele momento indo para o local de sempre pegar as meninas do cabaré. Segurando o porrete, esperou que dobrasse a esquina da rua meio escura. Seria agora ou nunca. Lá vinha ele assobiando por entre o dente de ouro, o desgraçado.

Escondido na semi escuridão, bateu com toda a sua força na cabeça quando, ainda assobiando, a criatura dobrou a esquina. Está caiu estrebuchando, estremecendo uma única vez ao receber a segunda porrada, desta feita na boca. O dente de ouro foi quase totalmente arrancado num supetão, permanecendo preso apenas num pedaço da gengiva. O agressor, sorriso maldoso no rosto, puxou-o, a seguir meteu a mão nos bolsos do abatido à procura de dinheiro.

Retirou tudo que havia, o coração acelerado, olhou em derredor, não viu ninguém, então fugiu. O homem atacado, sem o dente de ouro e o dinheiro, ficou no chão se esvaindo em sangue. Até morrer. O cadáver só foi encontrado perto do amanhecer por um bêbado que vinha do cabaré de Chica Boa.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 22/08/2022
Código do texto: T7588546
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