UM TERRÍVEL GRITO DE AGONIA NO MEIO DA NOITE
O Pitbull ficou silencioso nas sombras ao avistar o intruso sobre o muro. Seu território sagrado estava sendo invadido, ele não iria deixar barato, mostraria ao invasor o tamanho de seus dentes e a força da sua ira. Esperou que o sujeito pulasse para dentro do quintal, babando de ânsia para moer-lhe os ossos e rasgar-lhe as carnes em pedacinhos raivosos. O cara, desconhecendo a presença do perigoso animal, vagarosamente começou a descer do muro para o interior do quintal. A saliva do Pitbull recrudesceu, sua cauda pendulava em visível sinal de ataque iminente, arreganhou-se-lhe a bocarra cheia de dentes afiados, pé ante pé ele adiantou-se, e quando o atrevido alcançou o chão, afogueado na pretensa alegria de ter atingido seu objetivo, num bote infalível o feroz animal abocanhou-lhe as nádegas com a plenitude dos titãs. Ouviu-se um terrível grito de agonia no meio da noite.