O CONVITE PERIGOSO

Comadre Maria me convidou para tomar um café na casa dela e eu aceitei, afinal de contas um pouco de café até que faz bem. Principalmente na companhia da viúva que é madrinha de meu filho e grande amiga de priscas eras. Já fazia um ano que o compadre José tinha falecido, e durante todo esse tempo não tive contato com a viúva porque ela estava guardando o luto.

Não que eu tivesse qualquer segunda intenção com ela, longe de mim, embora eu também fosse viúvo. Porém não pretendia mais casar outra vez, bastava namorar aqui e ali sem nenhum compromisso, isso já supria minhas necessidades de companhia feminina. E viver minha vida em paz.

Ocorre que a comadre era um tanto fogosa e agora, segundo eu soube, desejava terminar o luto e arranjar um marido carinhoso e fiel. Para ciência de todos, ressalto que carinhoso eu sou, mas fiel não 😉, nem tanto, pois gosto de variar.

Bom, quando cheguei à casa da comadre, fui muito bem recebido, entrei e ela me chamou para ir até a cozinha, onde a água para o café estava esquentando na chaleira. E me assustei por demais. Não, não foi com a água fervendo, surpreendeu-me o que vi sobre a mesa. Ao invés da garrafa de café, avistei a metade oca de um abacaxi sobre o qual a comadre colocara o coador.

Ela iria fazer café coado num abacaxi sem a polpa? Aquilo tinha cheiro de macumba, claro, só podia. "Comadre!", eu falei, " lembrei que tenho um inadiável compromisso, não posso ficar para o café!" E mesmo sob os protestos dela, saí de "cabeça fora" e desapareci. Que macumba era aquela? Vixe!!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 06/07/2022
Reeditado em 09/07/2022
Código do texto: T7553843
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