SEMELHANÇAS DE UM SÓ CRIME.
Em uma cidade pequena, um jovem é encontrado morto, com um tiro na cabeça, pelos policiais. Quando os detetives, Clarice e Anthony, chegam à cena, o xerife Bruce deu a eles os detalhes do caso:
– Bom dia, detetives! Um alpinista estava preparando suas coisas para uma viagem, quando ouviu um grito. Ao chegar ao local, encontrou-lhe.
Bruce, com um olhar melancólico, apontou para o jovem.
– Quem é ele? – Perguntou Anthony, anotando as informações em seu caderninho.
– É Norman Lecter e acabou de fazer dezoito anos. Segundo os amigos, ele estava numa festa com eles, das 22h31min até às 2h30min, quando alguém ligou e ele se retirou em seguida. De acordo com Fleck, um amigo de infância, seu olhar passou de diversão à preocupação em segundos.
– Quando o alpinista relatou que ouviu os gritos? – Perguntou Clarice, fazendo contato direto com o cadáver como se tivesse o examinando.
– Por volta das 3h30min.
– Vocês chamaram um legista? – Perguntou Anthony em um tom curioso.
– Sim, ele identificou o corpo na cena, há sete minutos, um pouco antes de vocês chegarem. Acredita que foi suicídio. O que vocês acham?
– Vi marcas de agressão no rosto. Talvez, tenha entrado numa briga. Há também marcas nos pulsos. Podem ter sido de alguma queda. Creio que seja assassinato pela posição do corpo e pelo local, no meio da floresta.
Aponta Clarice:
– Pensamos nesta opção também. Separamos cinco pessoas que possam ser suspeitas para vocês interrogarem.
– O Legista não havia dito que acreditava ser suicídio? – Pergunta Anthony.
– Sim! Algo pode tê-lo levado ao suicídio. Queremos entender o que seria esse ''algo''. Talvez isso esteja relacionar com as agressões mencionadas por Clarice, ou, simplesmente, alguém pode tê-lo matado e ter feito parecer suicídio. É bom nos precavermos! Mais alguma pergunta?
– Não, assumimos daqui. – Responde Clarice ainda identificando o cadáver.
Os detetives estavam bastante preocupados. Não tinham conseguido nada de novo. Os álibis, dos possíveis suspeitos, eram verdadeiros. Foi após duas semanas de investigações que surgiu a primeira pista. Norman tinha estado, em um hotel, das 19h45min às 2h25min. Algumas câmeras mostravam que ele estava acompanhado, companhia essa que não tinha como ser identificada. Nesse mesmo dia, conseguiram avaliar o celular dele, quando perceberam algo estranho. Em todas as fotos, havia uma garota, ao fundo, olhando para ele. O seu perfil se assemelhava com o da pessoa, no quarto, com Norman. Ao irem identificar a garota, descobriram que havia morrido três dias antes de Norman, do mesmo jeito que ele, com uma bala na cabeça. Os detetives chegaram à conclusão que isso poderia ser um serial killer, mesmo que não houvesse suspeitos.
Duas semanas se passaram, novas pistas chegaram. A garota era parente de Norman. Mal Lecter era o seu nome. No dia de sua morte, havia comemorado seus dezoitos anos. Norman estava na sua festa e, o curioso, era que ela havia morrido no mesmo horário, relatado pelo alpinista, deixando mais uma vez, claro, tratar-se de um serial Killer. Na noite do dia primeiro de outubro, Clarice, ao analisar as fotos das festas de Mal e de Norman, notou que havia uma pessoa, em comum, nas fotos, alguém, no fundo delas, sentado em uma mesa para dois, segurando um copo de cerveja. Assim que fez essa descoberta, ligou ao Anthony. No dia seguinte, identificam essa pessoa, trata-se do tio de Norman, pai de Mal, Errol Lecter. Ele tinha um álibi que todos poderiam confirmar; havia chegado a sua casa por volta das 3h29min, o que a esposa tinha registrado através de uma foto, em que estava apagado no sofá.
Dois dias depois, mais semelhanças apareceram nos dois casos, assim como uma falha do álibi de Errol. Ele não estava mais casado com a esposa, há dois meses; logo, tinha mentido no seu relato. Tanto Norman quanto Mal o haviam visto pelo menos duas vezes antes de morrer. Uma, antes da festa; outra, na festa. Nesse meio tempo, uma novidade bombástica chegou aos dois detetives: Mal estava grávida, mas não sabia quem era o pai. Tal revelação fora feita, justamente, por sua melhor amiga que prometeu guardar segredo do caso para não separar a família. Além dela, Norman também sabia da gravidez; porém, optou por guardar segredo.
No mesmo dia, foi descoberto o motivo da separação. Errol havia tido um caso com uma jovem. Com essa descoberta, Clarice chegou à conclusão de que, o que tinha abalado Mal e a teria feito esconder o fato da gravidez de todos, era não querer separar mais a família. Anthony o chamou para novo interrogatório.
– Seu álibi caiu. – Disse Clarice, mostrando um documento de divórcio.
– Isso é falso! – Falou Errol, suando.
– Sabe da onde tiramos isso? – Perguntou Anthony o encarando.
– Interrogamos o seu advogado e ele nos confirmou esse documento.
– OK! Eu me separei dela. O motivo foi uma traição burra que cometi.
– Com quem foi o caso? – Interrogou Anthony.
– Com a minha advogada. As coisas não estavam bem entre eu e a minha esposa e, um dia, liguei a ela, pedindo para nos encontrarmos. Precisava conversar! No fim, trai minha mulher. Um erro idiota!
– Você sabia que a Mal estava grávida? – Questionou Clarice.
– Sim, ela me chamou para um encontro, em um hotel, ocasião em que me revelou tudo, até quem era o pai…
– Calma, a Mal te revelou quem era o pai? Falaram-nos que ela não sabia, interrompe Anthony.
– Era o Norman! Ela escondeu o fato de muitos e, ainda mentiu, dizendo que não sabia quem era para protegê-lo. Ela o amava e ele também a amava, mesmo que esse amor fosse proibido, o que o ex da Mal não gostou…
– Quem?
– Anton Landa, o seu ex. O cara era ex-militar, que virou mercenário, o que deixou a Mal deprimida a ponto de terminar o relacionamento.
– Você comentou que se encontrara com Mal, em um hotel. Norman também estava lá? Você se encontrou com ele? – Perguntou Anthony.
– Sim, ele estava com medo de Landa, o qual o ameaçava através de suas redes sociais.
– Por quê? – Interrogou Clarice.
– Porque havia descoberto o sobre o romance dele com a Mal.
Clarice, após dar breve suspiro, junto com Anthony, pediu para procurar o endereço de Anton Landa, pois concluíram que ele era o assassino.
A polícia chegou ao local junto com os detetives. Na casa, arrombaram a porta e o encontraram segurando uma arma apontada para a melhor amiga de Mal.
– Solta ela! – Gritou Clarice.
– Ok!
Anton Landa largou a garota, deu um tiro em sua cabeça e, logo depois, apontou a arma na direção dos detetives, mas antes de atirar, confessou o crime.
– Eu matei os dois! Não podiam ficar juntos! Eu amava a Mal e aquele idiota não conseguiu conter sua paixão, destruindo a minha vida!
– Eles se amavam! Mal te deixou, porque você deixou de ser alguém promissor para se tornar um assassino de aluguel. Não foi por causa de Norman, foi por sua causa! – Falou Anthony em tom indignado.
Anton, descontrolado, depois de atirar na cabeça de Anthony, apontou a arma para Clarice, que também apontava sua arma na direção dele.
– Não faça isso. – Disse Clarice.
– Eu, Anton Landa, vou fazer o que acho certo.
Os policiais, de fora da casa, ouviram um disparo. Ao entrarem, encontraram uma pessoa segurando uma arma e dois cadáveres, ambos com um tiro nas suas cabeças.