Estranho
Que dia lindo que surgia...
O sol dissipava as vestes de escuridão que trajavam as gramas, as árvores e os seres vivos. Escuridão essa que era visível. Invisível só aquela que está no interior. Um alguém caminhava rumo à saída da área ambiental após passar uma noite ali...
Estranho, não?
O que aquele cidadão fazia? Passou a noite na floresta? Será que é um louco? Que maldade a minha... Vai ver estava observando as estrelas. Dizem que à noite, nessa mata, o céu fica mais bonito do que um diamante.
Fato é que ele estava indo... Só de calça, dava até pra ver uns arranhões pelo dorso. Um rosto animado...
Chegou às grades bem na hora que o funcionário apareceu para as abrir - e encarou-o de um jeito que qualquer um encararia. Posso imaginar o que ele pensou: - Estranho...
Mas preferiu ficar quieto, afinal não era crime entrar lá.
Só era esquisito a ideia de uma pessoa passar a noite sozinho ali... Imagine o perigo...
Ainda mais com umas conversas estranhas na região. Uns tais sumiços de gente. Mas você já está desconfiando do nosso amigo da mata? Ele parece não ligar para isso, já que anda tão confiante por aí. Porém... tão sem rumo! Será que ele tem casa? Creio que não... Para passar a noite na mata, deve bem ser morador de rua. Desistiu do frio asfáltico e foi se abrigar debaixo de uma árvore e usar as graminhas como colchão, talvez?
Não sei.
Não sei de muita coisa, aliás.
Só sei que ele entrou num bequinho, escuro... O sol não desbravara lá. A tal da escuridão visível. Visível que possibilitava o invisível, pois o esquisitão entrou e não o vi mais...
~
ñ. r.
ñ. p.