BEBO SIM, e daí? 28/5/21

Molenguinho, era a alcunha esportiva de Pedrino Augusto Marambá; boxer da categoria peso pesado, tetra campeão na categoria, que com

mais de 100 combates fora somente derrotado em 10 e no final de sua carreira.

Sua última luta fora a defesa do cinturão onde perdera, e pela primei

ra vez por knoucout; depois disso abandonou o esporte e desapareceu;

toda a fama e sucesso tanto quanto o dinheiro evaporaram como névoa

em curto espaço de tempo. Até onde se teve notícias, teria ido viver

em uma cidadezinha no interior do estado onde ninguém o conhecesse e ou lembrasse dele.

Juntamente com a esposa, que diga-se de passagem era uma grande

mulher, católica, íntegra que mesmo não gostando do esporte que ele a

braçara sempre esteve ao seu lado; inda agora, e com o pouco dinheiro

que restou para a fuga e a compra de um pedaço de terra, onde tenta- tavam cultivar alguns produtos agrícola, mas, Pedrino não entendia na-

da de plantação e ou cultivo; e em profunda desilusão esquecera o dou-

trinamento do esporte e começou a beber.

Muitas vezes abandonava ela na lida além dos afazeres domésticos e

como desculpa inicialmente dizia ir procurar mudas nos arredores, no entanto, quando voltava exalava hálito e suor de bebida o que a desgra

dava profundamente além da falácia; por outras vezes dizia ir cuidar do

outro lado do sítio mas ela se dava conta ele já tinha desaparecido e no

retorno ...

Em conversa com as irmãs de igreja afirmava não está aguentando a

quela vida vendo o companheiro se destruindo e sem lhe dá ouvido, já

não tinha mais argumentos que usasse para tentar reverter a situação,

e já pensava em abandoná-lo, mas, também não tinha recursos, então

se apegava a deus. Todavia, ele enveredou pra valer na bebida e não

lhe restava outra saída, uma das irmãs oferecera sua casa pra ela mo-

rar porém, sabia que não bom pos tinha receio de que ele fosse criar al

guns problemas o ideal era sair da cidade; então elas se cotizaram e ar

ragaram um certo valor e não tendo alternativa ela se foi, mesmo com

o coração partido.

Pedrino já tinha uma aparença completamente transfigurada, se com

parado ao seu antes, seu porte físico era quase irreconhecível, vendera

a maior parte do sítio, estava mesmo definhando, completamente larga

do às traças, não demorou muito e veio a óbito.

Há milhares de quilômetros de distância donde o deixara, certa ocasi

ão, indo à feira encontrou com uma velha conhecida e ao contar-lhe to

do o ocorrido, ouvira dessa senhora o seguinte; a amiga lhe perguntou

se ela ainda era católica, e ela lhe respondeu afirmativamente; depois

ouviu a pergunta de volta mas, respondera que mudara e há anos que

segue a doutrina espírita. Depois essa amiga lhe diz que diante de tu

do que ouvira da ex de Pedrino, e por ser sela uma médium ouvinte re

cebera orientação para lhe tranquilizar e lhe informar de que a mesma

não deveria se sentir culpada, mas, tudo que aconteceu ao ex marido

foi decorrência de um processo obsessivo.

Estranhando, a ex mulher não sabia bem o que dissera a amiga e es

ta lhe percebendo incrédula, desinformada; convidou-a a comparecer

ao centro espírita que frequentava, afirmando que lá ela teria a explica

ção por inteira, mas, sabia que a amiga talvez não acreditasse. Contu

do, havia feito a sua parte na tentativa de elucidar-lhes o drama vivido.

Ainda ressabiada, Laura fora ao centro, além da amiga lá ninguém a

conhecia e muito menos sabia de sua história de vida; chegou ela an

tes da amiga. No início da parte mediúnica fora chamada à mesa medi

única e um médium incorporado com o obsessor do Pedrino passou a dirigir-lhes palavras agressivas, ofensivas e confirmou ser inimigo de

seu marido há anos mas, estava contente por finalmente ter se vinga do dele.

Finda sua fala, ele fora acolhido por espíritos superiores que o condu

ziram para a clínica onde irá recuperar-se e a Laura agora obteve a cer

teza de tudo que lhe fora dito e visto; pois era uma verdadeira estranha

ali, saiu sentindo-se aliviada por saber que não tinha culpa alguma como

imaginara.

Paulo Carvalhal
Enviado por Paulo Carvalhal em 30/08/2021
Reeditado em 31/08/2021
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