A torre

A torre Ela era feita de mármore furtacor. Sua estrutura reluzia ao marcar do sol e fluorescia ao raiar da lua. Tinha em sua fronte um imenso portão de madeira viva: pau ferro, forte, duro, crescente.

Ao entrar ali, se você conseguisse a escadaria que levava ao topo, você subia, subia. Ela cresceria tantos degraus por tantos desejos que possuía. Quanto maior a cobiça, menor se tinha que ter preguiça. Quanto maior a necessidade, maior deveria ser sua força de vontade.

A torre chamava-se torre infinita.

Ela era cumulativa. Acumulava o desejo da sociedade. Estava agora a atingir as alturas. Subia acima da estratosfera. Rompia as camadas de ozônio.

À cada degrau que nela se subisse poderia se ver a amplidão do mundo. Vê-se de lá as montanhas e os desertos. Os caminhos da água e sumidouros, que apontavam a existência de cavernas. Havia janelas por onde se ouvia os uivos do vento. E as vezes mais parecia uma cantoria.

A cantoria suava uma antiga profecia.

Ao escutá-la tinha -se a sensação de que a torre era uma vela, que navegava num mar de terra.

Ora dessas, movia-se como um pêndulo....essa era a sensação. Uma nova dimensão. Um portal e medidor de tempo. E diziasse que quando a torre se agitasse a ponto de tombar, o mundo se principaria em uma ruína.

Flavia Valença
Enviado por Flavia Valença em 26/05/2021
Reeditado em 03/01/2022
Código do texto: T7264894
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