A MISTERIOSA "CASINHA"
Uma vez meus tios me contaram a história do Jorge, um estranho vizinho, de cara fechada, que morava no final da rua. O Jorge não sorria para ninguém, não tinha amigos e frequentemente, era visto discutindo com vizinhos ou familiares. Era um cara “barra pesada”. Ninguém no bairro gostava do tal Jorge; talvez só os filhos, a esposa e olhe lá. Meus tios diziam que o comentário era que o Jorge tinha um pacto com o Diabo; e a prova de tudo isso, estava supostamente dentro de uma pequena “casinha” nos fundos do quintal da casa do Jorge. Havia alguma coisa misteriosa lá.
Essa suposta “casinha” era do tamanho de uma casinha de cachorro; era construída de tijolos, estruturalmente bem reforçada, com uma pequena porta de madeira maciça e trancada por um robusto cadeado. O que será que Jorge escondia lá dentro? Que segredo Jorge guardava naquela casinha? Na época, meus tios eram jovens e ousados; eles decidiram fazer um plano para descobrir o que tinha dentro da “casinha” secreta do Jorge... E foi o que fizeram.
Eles ficaram de campana e descobriram que aos sábados, o Jorge saía de casa com toda a sua família e só voltava no meio da noite. Sendo assim, meus tios ficaram pela rua, esperando o Jorge sair de casa naquele sábado; e quando eles viram o Jorge fechar o portão de casa e finalmente sair, disfarçaram alguns minutos e resolveram que era hora de agir. Pularam o muro da casa do Jorge, levando um pé de cabra para arrebentar o cadeado da porta da “casinha”.
Meus tios disseram que foi a coisa mais assombrosa que eles viram em suas vidas. Eles retiraram o cadeado e quando abriram a porta da misteriosa casinha ficaram de cabelo em pé, olhos arregalados, se cagando de medo. Dentro daquela sinistra “casinha”, havia um horripilante crânio humano, com um estranho punhal cravado e um tridente de ferro. Era uma espécie de altar. O punhal e o tridente cravados e cruzados no crânio humano, sobre uma tábua.
Era algo assustador de se ver e meus tios fugiram do local rapidamente, deixando a tal casinha aberta. Meus tios contaram-me que alguns dias depois, o Jorge foi embora daquela casa. Eles voltaram lá para rever a tal “casinha”; mas segundo eles, não havia mais crânio, nem punhal e nem tridente na casinha, que se encontrava vazia. Contam que no local havia um cheiro estranho, macabro; uma sensação de morte. Segundo o relato dos meus tios, a casa do Jorge, ficou abandonada durante anos e nunca mais foi habitada novamente.