Enigma

Enigma

A emoção mais uma vez tomou conta de mim na noite que ainda estamos, pois são três hora e quarenta minutos da madrugada do dia onze de abril de dois mil e vinte e um. Foi uma noite muito feliz, encontrei pessoas importantes que marcaram minha vida, que foram sempre muito carinhosas comigo na minha infância. Nesta passagem, neste passeio que fiz, eu me encontrava em um local muito bonito, uma espécie de redoma de vidro, ou casa pequena de vidro em uma montanha. Lembro que uma das paredes dessa pequena casa, ou redoma, ficava praticamente colada num paredão de pedras, e algumas pessoas se afunilavam para passar e entrar por uma porta que estava aberta. Eu via essas pessoas vindo ao meu encontro, entre elas, a minha tia, irmã de meu pai, chamada Enedir. “Didila” era seu apelido. Ela estava sorridente, alegre e me parecia ansiosa para entrar naquele recinto onde eu me encontrava. Logo atrás dela vinham o meu tio Jaime, “Vai” é seu apelido, e o caçula dos irmãos de meu pai, Croaci, cujo apelido é “Negrinho”.

Didila conseguiu passar pela fenda estreita quase colada no paredão com facilidade, mas, os outros que vinham atrás dela não podiam passar, eu lhes apontava para voltarem e virem pelo outro lado que era mais largo. Vai e Negrinho voltaram para poder entrar naquele recinto. Foi um encontro emocionante com minha tia Didila. Eu a abracei, com carinho, apertei seu corpo e beijei sua testa dizendo:

- Ho tia que saudade! Vou abraçá-la, mesmo que me prendam, estou sem máscara!

Ela, sorrindo sempre, me respondeu:

- Rubens, que saudade! Você é um “Enigma”.

Depois que acordei, as três horas da manhã, não consegui mais dormir, fiquei analisando esse encontro, me lembrei que essa minha tia, faleceu muito jovem, ela era poucos anos mais velha do que eu, desencarnou em consequência de um câncer. Por estar desencarnada passou com facilidade pela fenda onde meus outros tios não podiam passar. A emoção que senti foi verdadeira, o abraço foi terno e emocionante. Não resisti, levantei, fiz minha higiene pessoal matinal. Como sempre, fiz a minha oração matinal também, com muita gratidão e muita emoção. Obrigado meu Deus!

Obs:

Enigma: Substantivo masculino - Pessoa difícil de se compreender, com sentimentos ou ideias misteriosas e incompreensíveis: ele sempre foi o enigma lá de casa! Etimologia (origem da palavra enigma). Do grego aínigma.atos.