A MORTE DA CAMAREIRA

   D. Brigite chegava todos os dias para o seu trabalho habitual em um hotel simples da cidade, ela morava a pouca distância dali, vinha até a pé quando dava, quando não tomava um ônibus e em dez ou quinze minutos estava no batente. Era pontual e gozava da atenção dos patrões, um casal de portugueses que ali se instalou há anos. Com ela trabalhavam outras camareiras e mais alguns empregados, todos bem trajados e cumpridores de seus deveres.

Certa tarde um casal ali se instalou pretendendo ficar alguns dias, disseram terem vindo do interior sem citarem a cidade. De boa aparência fizeram logo amizade com o pessoal, saíam sempre e só voltavam a noite para dormirem, ninguém sabia o que faziam.

Como fazia habitualmente d. Brigite chegou para o trabalho pela manhã e foi arrumar o quarto do casal a pedido dele, pareciam ser bem desorganizados, porém simpáticos. Saíram logo cedo e deixaram a chave do quarto com a camareira, esta se dispôs a guardar. No final da tarde chegou um sujeito e entrou no quarto cujo casal deixara a chave com d. Brigite, não se sabe como, mas ele tinha uma cópia. Foi justamente na hora que a camareira ainda lá se encontrava. Ninguém ouviu nada, o quarto foi fechado e o sujeiro foi embora sem despertar suspeitas. A noite o casal chegou e adentrou o aposento, ouviu-se uma pequena discussão seguida de uns gritos mas tudo logo se acalmou com a chegada dos proprietários.

Lá pelas oito da noite chega o marido de d. Brigite a procura dela, indagou do casal português que nada soube explicar, pois não vira quando ela havia largado. O casal de hóspedes apenas se prontificou a ficar olhando e se inteirando sobre os comentários do marido da camareira em conversa com os donos do hotel, que foi embora bastante aperreado.

Na manhã seguinte volta o marido de d. Brigite junto com a Polícia e indaga sobre sua esposa desaparecida. Surpreso o casal de portugueses até desconfiaram por não terem detectado a presença da funcionária que geralmente chegava cedo. Foram até o quarto do estranho casal de hóspedes e bateram, mas ninguém atendeu. Com uma chave reserva abriram o quarto e perceberam que os ocupantes já haviam sumido. Estava tudo desarrumado, a Polícia entrou e constatou indícios de drogas no local, fizeram uma varredura e encontraram o corpo da camareira semi nu trancado no banheiro com indícios de estupro. Deram início a uma investigação para apuração dos fatos que culminaram com um crime de morte.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 20/01/2021
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