VADIM BORG/POLTERGEIST-fim
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EUROPOL AGENT °§°
Vadim Borg
I.D. qb 95S7 CX ÄÖ
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O agente Vadim Borg decidiu passar a noite no velho moínho de vento, para investigar o tal fantasma da menina Martha, que assombrava o lugar, segundo os moradores contavam.
Com um alicate, ele cortou a tela de arame que cercava o lugar, depois retirou a tranca do ferrolho que protegia a porta de madeira.
Dentro do casarão havia muito pó, uma moedeira e outra máquina enferrujadas e cobertas por teias de aranhas. Numa prateleira havia ainda algumas bolsas de farinha, roídas pelos ratos. Uma grande balança e pêsos de ferro, com dois pratos enormes suspensos por uma corrente.
Ele pendurou lá fora em duas árvores micro câmeras, acionou um detector de movimentos, deixando ao lado do seu saco de dormir outra cam ligada e a lanterna. Aqueles aparelhos ultra-sensores da Europol registrariam qualquer atividade anormal.
Deitado no escuro ele escutava o rangido do catavento ali perto. Das frestas das janelas pregadas com tábuas, apenas alguns respingos de luar se refletiam nas paredes sombrias.
Escutando o sino da capela ao longe que batia meia noite, fechou os olhos e adormeceu.
Vadim acordou de repente com leves movimentos perto de sua mochila.
Ele acendeu a lanterna. Um rato havia descoberto seu lanche.
O dia estava clareando, nenhum espectro ou poltergeist havia se manifestado, nenhum fenômeno sobrenatural ocorrido.
Ele foi obsevar se os vídeos haviam registrado algo diferente.
Vadim sorriu ao ver as imagens, seu irmão precisava ver aquilo.
Chegando no sítio, foi logo falar com Bjorn.
- Então Vadim, voce viu o tal fantasma ?
- Melhor do que isso, observe atentamente o que aparece no filme.
As câmeras instaladas nas árvores, mostravam vários pássaros cantando ao raiar da aurora. Um deles pulava de galho em galho, cantando:
Tem farinha aí, tem farinha aí ??
Ali perto a fêmea respondia:
Tem sim, tem sim !!
- Incrível, o canto dessas aves são semelhantes as nossas palavras !
Assim o Galo das Campinas, o Cardeal do Nordeste, passou a ser conhecido como o Farinheiro. É comum se escutar pelos bosques o Voz da Caatinga, ou seja o Farinheiro , cantar repetindo: Tem farinha aí ?
As férias de Vadim haviam chegado ao fim. Ele desceu do avião em Hamburg, na Alemanha. No seu apartamento, foi tomar uma ducha antes de dormir. Em baixo do chuveiro ele cantava uma música:
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
A lua nasce por detrás da verde mata
Parece um sol de prata, prateando a solidão
A gente pega na viola que ponteia
A canção e a lua cheia a nós nasce do coração...
FIM
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