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Misterioso Menino

No sertão uma antiga casa abrigava a feliz família de Demétrio, que não esqueceu seu tempo de criança, naquele lugar que permaneceu na sua lembrança. Apesar de sofrer intempéries do tempo, o lugar era bonito e misterioso. Ao seu redor ao norte, existiam currais dos animais. Porém, o momento mais bonito desse lugar, acontecia no entardecer, quando o Sol dourava os prados, se despedindo por trás da montanha e a mudança de tom 
do trilar dos pássaros do dia, para os da noite, formando intensa sinfonia.

A casa era singela com diversos cômodos e varandas com roseiras no alpendre. Havia sido construida no século dezenove, tendo à sua frente floridas; Aroeiras, Jatobás, Juazeiros, acácias amarelas e outras de rara beleza. Ao Sul havia uma montanha, morada de Jaguatiricas, onças negras, vermelhas e raposas que às vezes caçavam animais pequenos. Também existia uma cachoeira e uma fonte d’água onde os passarinhos, ovelhas e cabras bebiam água. As cavernas existentes na montanha, tornavam o lugar misterioso para Demétrio, aos seis anos de idade.

Noite de verão no casarão, o vento sussurrava nas janelas, quais segredos revelados. A lua Lua clareava os prados, tingindo de prata as folhas verdes dos Juazeiros, no céu a Lua parecia beijar a montanha enfeitada de mistérios e sorrisos de luz prateada. Sendo noite de domingo, dormiram cedo, visto que na segunda havia trabalho a realizar. Demétrio, estendeu a rede na varanda junto a roseira, sentindo sua fragrância. Logo adormeceu, só despertando no dia seguinte ao alvorecer com o cantar da passarada e os raios do sol pintando de carmim os punhos da rede na varanda. No entanto, Demétrio despertou com uma misteriosa história para contar, sem saber a quem, então, procurou sua mãe, até porque era ela que a noite contava historinhas de ninar, invocando o sono para ele quando menorzinho.

Ao lado de Demétrio surgiu um menino com cabelos d´ouro e olhos alegres, parecendo ter a sua idade, sorrindo convidou-o a acompanha-lo, Demétrio aceitou e juntos caminharam admirando o lugar e a montanha coberta de luz, clareando seus arbustos, formando um lindo vergel. Facilmente escalaram a montanha, nem parecia uma subida ingrime. Assim, envolveram-se com a claridade da lua, contemplando o sertão, enxergaram a velha casa coberta de luz em forma de sereno, tudo parecia um encanto e a paz se expandia sobre todo o cenário

Descendo a montanha chegaram à casa com os olhos nevoados de sonhos, haviam andado por caminho, margeado de encanto, quais florais adornando as campinas. Era manhã, o Sol nascente espargia luz dourando o belo amanhecer. Ao despedir-se, o menino misterioso, afiançou ser um raio de luz de uma estrela e se encantou na luz dourada do Sol nascente. 
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 20/07/2020
Reeditado em 15/02/2021
Código do texto: T7011589
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