Será que a alma dela ainda não se foi?
Dalva é uma amante de animais, e tem vários cães e gatos em sua
casa todos resgatados.
Não consegue viver sem bichos pois para ela, os animais são a alma e
alegria do lar.
Em sua matilha havia uma cadelinha senil, com 16 anos que falecera
devido a um problema estomacal.
Quem tem cães e gatos em um certo número, sabe que eles entram
em luto por um determinado tempo.
Esse sentimento é forte e quanto mais são ligados ao amigo que se
foi, mais esse período pode se estender.
Ela e o marido fizeram tudo o que foi possível para salvar sua anciã
canina, mas esta já havia cumprido sua missão terrena e precisava ir.
Dalva estava triste com a falta de sua velha amiga, e preparava sua
refeição noturna na cozinha com seu marido.
Os outros cães mais novos estavam no corredor e quintal soltos e
quietos, quando de repente ouviram um latido forte e estrondoso
vindo de longe, porém de dentro da casa, e se entreolharam
surpresos.
Dalva e seu marido também ouviram.
Dalva indagou ao marido:
- Amor, você ouviu este latido diferente?
- Sim, ouvi mas deve ser de um de nossos outros cães.
- Não é mesmo, pois conheço o latido de cada um deles, e cada um
é diferente. - disse ela.
- Pra mim todos são iguais. - disse o marido.
- É o latido da Mary! - disse Dalva.
E continua:
- Na hora que houve o latido os outros cães ficaram assustados e
também olharam para nós, como se quisessem dizer que Mary estava
ainda aqui.
- Será que a alma dela ainda não se foi?
Dalva tinha a certeza em seu coração de que era o latido de Mary, e
acredita que isso tem acontecido para mostrar que a vida sempre
continua, mesmo quando se deixa o corpo físico.Seja um corpo
humano, animal ou de qualquer espécie.
Kunti