UM CONTO – 05/04/16


Estava absorto em meus pensamentos, dos acontecimentos dos últimos dias pesarosos em minha vida, sonhando com os velhos tempos de outrora, do nosso relacionamento na família, principalmente com a esposa Nanci e também saudades destes momentos.
De repente senti um atordoamento na mesa de trabalho em que se encontrava, diante da tela do computador na execução do trabalho e vi-me fora de mim não sei e também longe dali. Estava eu na Av. Robert. Simonsen a altura do Senai em Santa Rosália, aqui mesmo em Sorocaba. Fiquei meio que estranho, confuso em meus pensamentos e resolvi caminhar até ali perto na CCI – Casa de Convivência de Idosos, onde lembrei de minha esposa, que ficava lá às terças feiras. Detalhe não sabia exatamente que dia do mês, da semana ou hora.
Quando lá bati, alguém veio me atender, achei estanho por não reconhecer a pessoa que me atendeu. Perguntei pela Nanci e a pessoa respondeu aqui não há nenhuma Nanci. Achei curioso o fato e estando a pé, resolvi dar uma caminhada e ir até a minha casa na Vila Senger. Dá uma boa esticada. Sempre gostei de caminhar, estava com a mesma roupa e calçado (sapa tênis) que tinha colocada de manhã para ir ao Fórum, isto me lembro.
Fui absorto em pensamento, de como estava ali nesta manhã e não no trabalho e o carro onde estava? Provavelmente no estacionamento do Fórum. Finalmente cheguei em casa. A garagem estava vazia realmente. O portão estava diferente, enroscando (tinha consertado já há algum tempo). Devagar abri o portão e fui à porta, que estranhamente estava destrancada (sempre fica trancada). Também fui abrindo com cuidado para o Doug não sair. Acontece que não havia cachorro e se ele estivesse lá ele viria me encontrar como sempre faz. Toda casa bem arrumada, chão limpinho e perfumado lá na cozinha, barulho de utensílios dona Nanci toda sorridente com seu olhar cintilante como outrora, então clama surpresa:
- Amor, você aqui a esta hora? Lu, o que aconteceu? Já almoçou?
Lágrimas me veio nesta hora e pensei, estou fora do tempo ou Jesus curou minha esposa.
Neste momento um turbilhão passou-me à cabeça, um barulho ensurdecedor no ouvido (igual a que me deu uma certa vez, quando tive um destempero intestinal), uma tontura impressionante, que foi passando e me vi novamente na mesa de trabalho.
Não sei se alguém percebeu ou quanto tempo fiquei ausente, ou foi obra de minha imaginação.
Então, está perto de meu almoço...quem quer quiser acredite, mas no campo da fé espero que um dia possa ouvir minha esposa falar: Lu, vc........(porque faz tempo que não ouço a sua voz).
Luiz alma de poeta
Enviado por Luiz alma de poeta em 10/06/2020
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