Assassinato de Nilson
Um crime, na rua em que morei, já faz algum tempo.
Um cidadão, de uns 30 e poucos anos, fora assassinado. Era sábado, à noite – e ele, vítima, tinha o hábito de sentar à porta – e tomar algumas cervejas.
Chamava-se Nilson.
Regressava (do trabalho) ali, pelas 20 horas. Tinha um cachorro preto – este lhe fazia companhia naqueles momentos de lazer, distração.
O cão, um dócil animal. Cão policial.
Nilson, ao terminar a cerveja, chamava a mulher. Seu nome: Soraya.
----- Mais uma, Soraya. Ela o atendia.
Num dos sábados, fazia uma noite suave, agradável, um carro parou.
Parou em frente a uma casa, localizada em frente à dele. No outro lado da rua. Mais ou menos 10 da noite.
Um rapaz desceu do veículo. Namorava uma jovem. Esta também desceu. A deixou no portão.
Ele, ao voltar para o carro, foi abordado. Dois desconhecidos queriam a chave (do carro).
Nilson percebeu. Atravessou, foi tentar evitar o assalto. O fez, claro, com boas intenções. Seu cão, junto.
Um dos meliantes, armado, disparou. Tiro no peito de Nilson. E ele tombou, morto.
O cachorro avançou, latiu, foi para cima dele, do criminoso. O outro estava armado, também.
Acertou o animal. Os dois fugiram, no carro. O cão morreu.
Agora, já há anos do crime, algumas pessoas afirmam terem ouvido latidos do cão – e os tiros, na madrugada.
Outros disseram ter visto um cachorro preto, deitado na calçada onde Nilson tomava suas cervejas.
Já ouvi também uns latidos, alta madrugada. Bem, na verdade não sei se os latidos são dele, do cachorro de Nilson. Podem não ser - ou podem.