Relato acontecido em 1969
Por volta das vinte e uma horas, mais ou menos, após uma visita à casa de um parente, as testemunhas A, B e C (destaco as letras pela ética e pela não divulgação dos nomes das pessoas envolvidas) saíram em direção de sua casa. O percurso era pouco mais de dois quilômetros e o tempo gasto era aproximadamente de quinze minutos.
Quando estavam próximas de uma porteira, na baixada de dois barrancos, sendo que à frente corria um pequeno córrego, onde se podia ver várias pedras e o reflexo da lua, em fase de crescimento, se refletia no escoamento das águas, caminhavam serenamente as três pessoas. Iam felizes e conversando entre si. Faziam planos para a aproximação de uma festa na próxima semana, no lugarejo adjacente de sua residência.
Assim que abriram a porteira e passaram sobre o pequeno córrego, buscando as pedras como apoio, e já estando do outro lado, na margem, a testemunha C sentiu uma forte fisgada na perna. Parou e imaginou ser algum galho de árvore ou um pedaço de bambu lhe causando o desconforto. Foi amparada pela testemunha A. sentaram-se por pouco momento, mas logo uma forte luz, de cor clara, emitindo ondulações nas cores roxa e vermelha, pairou sobre elas de tal forma que todo o local ficou claro. Via-se até os pequenos peixinhos nadarem e saírem debaixo das pedras. O local se transformou em dia e as sombras das testemunhas eram possíveis de vê-las como se fosse em um dia normal.
São palavras da testemunha B:
“ – Meu Deus, o que é isto. Parece que a noite virou dia.
- Sinto o rosto arder como brasa. Os lábios não se mexem de acordo com o que falo. Algo de anormal está acontecendo comigo. Vejo duas pessoas passando perto de mim como se fossem dois conhecidos. Olham-me por todos os lados. Elas têm algo nas mãos, que parece uma frma de assar broa. É branca, muito branca. Uma olha os meus peitos e parece que está tirando um pouco do leite que amamento o Felipe, meu filho pequeno. A outra palpa-me as costas, a barriga, as pernas, o rosto. Abre a minha boca e coloca uma espécie de mangueira. Examina-me os dentes e sinto uma luz verde penetrar no nariz e ir até a garganta. Tem cheiro de hortelã, mas minha boca está amargando muito. Não consigo mexer nem mesmo gritar. Estou falando com vocês e as duas moças riem para mim. São bonitas e sempre estão passando a fôrma de assar broa em todo o meu corpo”.
A testemunha A não mexe com nada. Nem mesmo consegue falar e parece estar em forma de estátua. Vê tudo, mas não se mexe, nem mesmo se o auto controla.
A testemunha C, por ser mais jovem e com um bom fôlego, sai correndo pela estrada e em pouco tempo chegou à casa e pediu socorro ao pai, que as esperava próximo da porteira.
Os cães começaram a latir de tal forma que não se tinha nenhum controle sobre eles. Em menos de dois minutos, a porteira foi toda iluminada. Os cães não latiram mais e ficaram deitados, todos quietos. Perto do pai da testemunha C, as duas testemunhas surgem do nada. Podia-se ver que mais entidades estavam dentro da luz. Segundo as testemunhas, eram pelo menos doze. Em fração de segundos, tudo se apagou e todos sentiram um forte vento quente.
Assim que amanheceu, o empregado encarregado de tirar o leite das vacas chamou o patrão e lhe mostrou que a grama, a porteira e os fios de arame estavam com várias queimaduras.
Desde aquela noite, as testemunhas passaram a sofrer dores de cabeça muito forte. Iam ao médico, mas por vários anos a dor de cabeça era constante.
Ficaram com medo da noite. Não saiam após o escurecer e dormiam com as janelas trancadas, mesmo nas noites quentes de verão.
Com o passar do tempo, a testemunha C se casou, mas nunca se engravidou. Morreu pouco tempo depois e, segundo o marido viúvo, ela tinha uma grande cicatriz entre os dois seios.
A testemunha B teve mais dois filhos, mas morreram após o nascimento e a cor dos olhos deles era diferente das crianças da época.
Durante algum tempo pela frente, a testemunha A passou a sofrer perturbações mentais e dizia que sempre estava em contato com mais quatro mulheres. Toda a noite, por dois anos, tinha sonhos e pesadelos com as mulheres e sempre estavam com alguma coisa semelhante à fôrma de assar broa. Ela não durou mais que quinze anos e faleceu. No velório, a mesma luz apareceu, mas não tão perto da casa e sim na grota que ficava do outro lado da serra.
Este fato aconteceu em 1969. As minhas conclusões foram a implantação de chips e pequenas abduções mentais no decorrer do tempo. Penso que a testemunha B sofreu uma hibridização na sua cadeia genética e que os dois filhos não foram hibridizados corretamente e foram sacrificados para não deixar nenhum vestígio.
Quanto à testemunha C, ela sofreu uma confusão mental implantada dentro de si e jamais se engravidou no momento e seria preparada para novas experiências no futuro.
A possível causa da morte da testemunha A foram as várias tentativas de comunicação telepática com as entidades e o enfraquecimento do cérebro devido às altas taxas de ondas eletromagnéticas.