Seria tão ruim?
Enquanto todos andavam lentamente, ela apenas pensava o quão era bom se deixar levar pelo balanço da caixa em que era carregada. Na marcha fúnebre haviam ternos amarrotados, maquiagens borradas pela chuva, chapéus e promessas de um amanhã que nunca viria. O peso da caixa era imenso, e ela não sabia o porque de tantas pessoas a carregá la. Todos comentavam sobre sua breve estadia, porém nunca tentaram sentir sua essência, aos poucos uma estranha sensação de paz se enraizava em sua existência, pensou um pouco sobre tudo mas decidiu não se esforçar tanto. A chuva aumentou, e chegaram ao destino final, a descida foi lenta e dolorosa para todos, porém, para ela, apenas restou uma pergunta. Para que tantas pessoas? Se no caixão havia apenas uma pequena rosa.