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Angústia inesquecível que vivi I!"

Às vezes tenho dúvidas se o que eu lembro daquela noite corresponde ao que aconteceu realmente, ou se já tem fantasias e distorções misturadas, mas o fato é que certas imagens vão ficar para sempre marcadas na minha memória. Eu tinha dezessete anos na época e estava com a minha família passando as férias de verão no litoral. Era um período de frequentar fliperamas, ouvir Guns n’ Roses e Skid Row bebendo uma cerveja com a galera e, claro, azarar todas as garotas possíveis.
Porém, naquela noite, alguém teve a ideia de incrementar a diversão com maconha. Estávamos em quatro, todos da mesma faixa etária, e decidimos subir ao último andar de um prédio em construção para ficar doidões e ver as luzes da cidade lá de cima. Só que eu nunca havia fumado um baseado antes, e logo descobri que foi uma péssima ideia. Nessa parte vou explicar que, desde a infância, sofri muito com pesadelos, visões e sons que ouvia em diferentes momentos sem que nada justificassem. Acordava chorando de medo no meio da noite, e, quando meus pais decidiram me levar a uma psicóloga, ela disse apenas que eles deviam me proibir de assistir filmes de terror e ler histórias em quadrinhos. Então eu passaria a dormir tranquilo. Claro que isso era bobagem.
Uma coisa que eu percebia é que quando bebia, mesmo em pequenas quantidades, as coisas pioravam. Porém, nem cogita deixar de tomar cerveja com a galera, pois isso poderia afetar o meu status de bad boy, algo que todos se esforçavam para ostentar naquela fase. Mas então, voltando à noite do prédio em construção, estávamos bebendo e fumando maconha lá no alto e eu, como sempre, queria beber e fumar mais do que os outros, para deixar bem claro quem era o mais “malvadão” ali. Não lembro exatamente o que aconteceu no primeiro momento, mas, sei que comecei a passar mal e vomitei. Depois devo ter pegado no sono ali mesmo, deitado no chão, ou algo assim. Os outros estavam chapados demais para se preocupar com um simples vômito de bêbado, e me deixaram ali apagado enquanto continuavam a rir e falar bobagens.
Maria Augusta da Silva Caliari
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 31/03/2019
Reeditado em 31/03/2019
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