O PERFIL MISTERIOSO DO RECANTO parte 6
Bastava um único acesso para que fosse bloqueada a opção poesia e todas as demais poesias fossem apagadas. Por incrível que pareça, não teve nenhum, pois muitos textos foram postados em seguida, o que acabou que ofuscou o texto.
No dia seguinte nenhuma leitura, nenhum acesso ao texto com o título instigante.
Os novos autores que ingressavam no site receberam um email no nome de Eliseu, solicitando que tomassem cuidado com postagens estranhas e que antes de acessarem o texto do autor, entrassem primeiramente no perfil e se aparecesse um bloqueio na visualização do mesmo, que saíssem e repassassem a informação no mural.
Informou também sobre o caso de ataque na página, que localizou o perfil SEU ÚLTIMO TEXTO, responsável pelos problemas que sucederam e que havia denunciado essa conta e todos os dados do mesmo foram encaminhados à Justiça para que ele pagasse pelos crimes cibernéticos que cometeu. A partir daí, a paz se estabeleceu outra vez no Recanto das Letras.
Julho de 2020.
Cada recantista recebeu um email informando sobre a política editorial e de privacidade do site. E que caso vissem alguma coisa anormal na página, que reportassem aos administradores. Felizmente nada precisou ser reportado até o presente momento.
22h00. Catorze textos foram postados em sequencia quase que robótica por um autor. Praticamente sua conta era de escritor, paga e tinha possibilidade de postar mais de três textos por dia. O nome do perfil era EU AMO POESIAS e catorze poesias foram postadas em seguida. Cada poesia tinha o título: RECANTO.
Foi um fato raro de acontecer, haja vista que ninguém tinha inspiração o suficiente para postar tantos textos de uma vez só e tão rápidos.
Todos os recantistas que viram aquilo se chocaram e visualizaram primeiramente o perfil da pessoa. Endereço, foto, descrição simples, mas sem contato. A página estava acessível. Quem assim via, clicava num poema aleatório sem escolher por sequencia inicial.
Estranharam, pois os textos só continham uma letra cada. Um lia um “O”, outro achou um “U”; aqueles que liam mais de um poema encontraram um “T” e por sorteio um “E”. Alguns decidiram ler todos. E só acharam letras soltas em cada um.
“T, O, U, X, T, S, O, E, M, I, L, E, U, T.
Ignoraram e trataram ser apenas um exibido querendo visualizações.
Entre os demais textos publicados estava a fileira de poemas RECANTO se movendo para o fim dos últimos textos publicados por autor.
De repente a capa do site foi ficando escura, tomando tons de vermelho e preto. Muitos pensavam ser uma atualização enquanto outros achavam se tratar de um famoso “bug” no Proxy da página da web.
Nesse momento os textos foram andando para trás, como se recuassem a cada atualização de página que se fazia no mural até voltar ao principio as catorze poesias RECANTO.
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Poesias
RECANTO
Eu amo poemas
Aquilo assustou os usuários da página que estavam presenciando tal cena pitoresca e medonha. O aspecto da tela voltou ao seu tom e colorações normais e então as obras voltaram a ser publicadas novamente. Muitos se espantaram com o fato da barra de rolagem de publicações ter regredido e reiniciado a partir daqueles catorze poemas sequenciais. Ele então se tornou acessado. Só havia uma letra em cada um dos textos. As letras estavam misturadas e a sequencia dos textos não formava palavra nenhuma.
Até que alguns usuários de leitura mais apurada decidiram tentar interpretar o texto. O que ele poderia dizer com aquelas catorze letras espalhadas.
Os administradores começaram a ser imediatamente comunicados quando entenderam que se tratava de um anagrama... mas já era tarde.
Todas as poesias foram apagadas.
Continua...