O MORADOR DA CASA ANTIGA
O distrito de Boqueirão, fica próximo da cidade de São Lourenço do Sul/RS e foi lá que a minha esposa um dia me convidou para visitar a casa onde residiram alguns parentes seus. Eu gostei da ideia, pois conhecer lugarejos do interior e povos com culturas e comportamentos diferenciados de nós que vivemos na cidade com uma população desenvolvida pelo agito cultivado.
A casa que me fora apresentada chamou a atenção pela grandeza e rusticidade – deveria ser uma moradia onde várias pessoas e gerações deveriam tê-la habitado... as paredes eram de uma espessura avantajada e olhando no seu sentido longitudinal elas estavam onduladas pelo tempo, ou porque os pedreiros que a fizeram acharam que estavam alinhadas.
Sentei na frente da casa e comecei a pensar nas pessoas que ali viveram, como seria a sua vida... imaginavam elas buscando água, acendendo os lampiões, como faziam a sua comida, os jovens e seus amores, as idas nos bailes e quais os instrumentos que animavam as danças...e claro que o acordeom o pandeiro e o violão faziam parte.
Perguntei ao morador de idade avançada, sozinho, se ele não tinha medo de dormir naquela casa enorme e antiga de um feitio assustador... ele respondeu:> “A gente acostuma... no início eu escutava barulhos durante a noite, pois é na noite onde tudo deveria estar em silêncio que podemos ouvir sons que existem durante o dia, mas a falta do silêncio do mundo durante o dia, eles não são percebidos ou ficam ocultados... e eles, na noite assustam... mas o medo foi embora com o tempo e eu sempre pensava que os ratos, gatos e o vento não iriam me assustar, nem deveriam, mas também sei que nessa casa moravam muitas pessoas que com o passar dos anos faleceram e eu ouvia elas conversando baixo entre si com palavras que eu não entendia e que só os mortos entendem... um dia eu levantei, pois poderia ser apenas minha imaginação, mas vi pessoas andando de forma lenta, mas não eram ameaçadoras - eu entendi que eram apenas fantasmas, mas eles não nos fazem mal, apenas vagam pelo mundo, não sei porque... eu tive que conviver com eles, nas noites que apareciam, porque eles também precisavam dormir como eu.” O medo é a mente que faz... e não fez a mente do morador solitário... mas eu não dormiria nessa casa para provar que a minha mente não foi afetada pelo medo... ou foi.
Foto:> Feita há 25 anos com a casa que ainda existe
Scaramouche com as duas filhas, meu sogro, irmã da minha esposa com o marido... e minha esposa que fotografou.
A casa que me fora apresentada chamou a atenção pela grandeza e rusticidade – deveria ser uma moradia onde várias pessoas e gerações deveriam tê-la habitado... as paredes eram de uma espessura avantajada e olhando no seu sentido longitudinal elas estavam onduladas pelo tempo, ou porque os pedreiros que a fizeram acharam que estavam alinhadas.
Sentei na frente da casa e comecei a pensar nas pessoas que ali viveram, como seria a sua vida... imaginavam elas buscando água, acendendo os lampiões, como faziam a sua comida, os jovens e seus amores, as idas nos bailes e quais os instrumentos que animavam as danças...e claro que o acordeom o pandeiro e o violão faziam parte.
Perguntei ao morador de idade avançada, sozinho, se ele não tinha medo de dormir naquela casa enorme e antiga de um feitio assustador... ele respondeu:> “A gente acostuma... no início eu escutava barulhos durante a noite, pois é na noite onde tudo deveria estar em silêncio que podemos ouvir sons que existem durante o dia, mas a falta do silêncio do mundo durante o dia, eles não são percebidos ou ficam ocultados... e eles, na noite assustam... mas o medo foi embora com o tempo e eu sempre pensava que os ratos, gatos e o vento não iriam me assustar, nem deveriam, mas também sei que nessa casa moravam muitas pessoas que com o passar dos anos faleceram e eu ouvia elas conversando baixo entre si com palavras que eu não entendia e que só os mortos entendem... um dia eu levantei, pois poderia ser apenas minha imaginação, mas vi pessoas andando de forma lenta, mas não eram ameaçadoras - eu entendi que eram apenas fantasmas, mas eles não nos fazem mal, apenas vagam pelo mundo, não sei porque... eu tive que conviver com eles, nas noites que apareciam, porque eles também precisavam dormir como eu.” O medo é a mente que faz... e não fez a mente do morador solitário... mas eu não dormiria nessa casa para provar que a minha mente não foi afetada pelo medo... ou foi.
Foto:> Feita há 25 anos com a casa que ainda existe
Scaramouche com as duas filhas, meu sogro, irmã da minha esposa com o marido... e minha esposa que fotografou.