Você acredita?

Era uma vez um casal.

Ele era o Ronaldo e ela Mariana, juraram um eterno amor e viviam felizes.

Um dia a mae de Mariana adoeceu e como era viúva, veio morar com eles com muito contragosto de Ronaldo.

Ele sempre a evitava, no café da manha e pelo jantar.

Mesmo assim entre o casal o amor era a mesma vida .

Mariana engravidou e teve uma linda menina chamada Angélica.

O vento soprava, empurando a vida de todos para frente.

Enquanto Angélica crescia , Vó Rita envelhecia e os pais também.

Vó Rita via seus cabelos já ralos e finos se confundirem com as nuvens do céu.

Ronaldo cada dia mais distante da sogra, de Angélica e de casa.

Até que uma tarde de sábado após o almoço, depois do sono da tarde, vó Rita saiu para o quintal e se deparou com um estranho sentado na cadeira do jardim.

Chegou de mansinho, parou na sua frente e indagou:

- Quem é você? espera por alguém?

- Dona Rita sou eu! seu genro Ronaldo.

- Nao lhe conheço, fora daqui! ou chamo a polícia.

Ronaldo pegou o carro e saiu.

Depois disso vó Rita foi piorando.

Empurrava seu genro, batía-lhe com a vassoura, chegou até a insultá-lo com vários palavroes, antes de entrar numa apatia profunda.

Nao existia mas amor e nem paz naquela casa, só brigas, agreçoes e tristeza.

Mariana pedia paciência a Ronaldo, afinal era a mae dela....

Ele sempre dizia - Vamos interná-la, está louca!

Chegava o verao passava o outono e nada de vó Rita melhorar com todos os medicamentos que tomava.

As discusoes e agreçoes iam dia a dia piorando

Um dia Ronaldo nao aguentando mais tantos insultos e brigas, pediu transferencia na empresa e foi embora para uma cidade visinha, há 20 kilometros dali.

Ele odiava aquela mulher, doente ou nao.

Passaram-se oito meses e mesmo assim, todas as vezes que Ronaldo visitava a filha era uma brigalhada geral, aumentando ainda mais o ódio que ele sentia por aquela mulher.

Numa manha de quinta feira,Vó Rita nao desceu para o café da manha.

Mariana subiu as escadas, bateu na porta e como nao houve resposta , abriu lentamente chamando por mamae...

O que viu foi uma cena horrível, sua mae deitada na cama, com um punhal cravado no peito, tingindo de vermelho todos os lençois e seus finos cabelos brancos.

Foi atestado sua morte as 5 horas e 15 minutos da manha.

A polícia foi chamada, e depois de muitas investigaçoes prenderam Ronaldo, que jurava inocência, mesmo com suas digitais extraidas do punhal e com uma fotografia na rodovia que havia sido multado por esceso de velocidade.

-Nao foi eu! ele gritava.

Depois de muitas conversas com seu advogado, ele continuava negando.

Foi perguntado no trabalho se ele faltou naquela quinta feira, todos negaram e disseram que ele chegou na hora de sempre.

Seu advogado Dr. Candido, dizia a ele: Nao tem jeito, você nao tem como negar.

Ronaldo aceitou passar por um detector de mentira e para espanto de todos.

Quando perguntado se foi ele quem matou a sogra, ele disse que nao veementemente e a máquina comprovou que ele dizia a verdade.

Depois disso o advogado, chamou um psicólogo e um neurologista.

Após muitos exames, testes e regressoes, atestaram que Ronaldo era sonâmbulo e assim durante o julgamento, ele foi conciderado INOCENTE, pois nao cometeu o crime intencionalmente.

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Naquele dia da morte de Vó Rita, Ronaldo nao parava de pensar naquela velha maldita que o separou da familia.... sua filhinha querida, sua mulher que tanto amava... ele nao poderia aceitar isso, mas... nao podia fazer nada.

Adormeceu...

Acordou as 6:50 da manha, estranhou seu pijama que estava um pouco molhado na barra da calça, estava muito suado e um pouco cansado.

Foi para o banho, vestiu-se, tomou rapidamente o café e foi para o trabalho.

A noite quando chegou em casa a polícia já o esperava, com a ordem de encaminhá-lo para a delegacia.

Agora lhe pergunto caro leitor:

- Você acredita que alguem possa dirigir 20 kilometros, dormindo?

- Você acredita que o poder do ódio possa ser tao grande?

Eu respondo, Inacreditável!!

Mas foi a história que ouvi.

Joaquina Affonso
Enviado por Joaquina Affonso em 22/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
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