A confissão
Não!não!,era o que dizia de forma reiterada ,enquanto lhe interrogavam pra que dissesse o que sabia,contasse a verdade,afinal,ninguém duvidava quanto ao seu envolvimento no evento sinistro daquela noite.O suor corria-lhe pela face,ossuda e que lembrava uma caveira,mas tudo o que afirmava era que nada sabia.Acuado que estava,era um sujeito que chegara a pouco àquele lugarejo e talvez por isso,por não ter quem o defendesse,foi escolhido para bode-expiatório....ninguém poderia afirmar se sim ou se não...Foi quando lhe deram um ultimato:não havia outra possibilidade,e,confessando ou não seu destino já estava traçado.Todos estavam exaustos e a multidão já gritava palavras de ordem para dar cabo de sua vida...foi lamentável ver tal cena. Acontece que a situação saira de controle.Até os cachorros da rua se puseram enlouquecidos,e não se distinguia emissão de voz humana ou de animal,tudo era uma só sinfonia bestial.O sujeito só dizia não,não!Como num mantra, interminável, e chorava,esperneava, ,gesticulando com as mãos e contorcendo o corpo desesperadamente, até que em dado momento,daí sim,encontrou -se a solução para o impasse.Foi quando ele disse tudo o que queriam dele ouvir,mesmo que não fosse verdade.Após o que todos se acalmaram por um instante e depois aplaudiram e respirararam aliviados e satisfeitos.Ninguém chorou quando o forasteiro sucumbiu ante a última paulada.A paz,finalmente voltou a reinar.