OS DESCONHECIDOS DA TERRA RUBRA

E quando a noite adormeceu,

Aquele ergueu sua flamula e partiu para algum lugar,

Era fria aquela manhã, a natureza estava muda, desfalecida,

Sem urros ou uivos,

Até parecia que este estava sendo rejeitado,

Mas havia algo inquieto,

Tão perto de si e distante cada vez mais,

Era adorável e tenebroso,

“eu ti farei banir” exclamou o outro,

E então naquele dia houve conflito,

E no dia seguinte, e no dia seguinte,

A natureza aflita despertou-se, mas não houve sessar fogo,

Passaram-se dois mil anos,

O verde daquela área se tornou rubro,

A noite nunca mais se pôs a dormir,

O conflito persistia, mas agora como uma tradição,

Os dois entes que inauguraram a discórdia já se foram a muito tempo,

Partiram para o desconhecido inabitado,

E só retornaram quando a tradição for quebrada.

Cristian Telestai
Enviado por Cristian Telestai em 12/03/2018
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