Realidade Cotidiana
Dia desses ao avançar das horas numa sexta feira de verão, admirava as idas e vindas na rua e pude contemplar o cenário que se mistura, pessoas, objetos, paisagem e o que acontece.
Pessoas arrumadas ao seu bel prazer, ou posses e tentei decifrar o desejo refletido pela ação. Uns pareciam correr em direção ao inesperado, outras demonstravam claramente que já sabiam onde iam e o que ou quem lhes esperava. Despretensiosamente fiz uma leitura que pareceu-me curiosa: há os que vão as cegas e demonstram com segurança o que querem ou pelo menos esperam. Que interessante, e, se mudar o curso do que projetou? Tomará um susto, porque só definiu sua vontade e pronto. Mira e segue... Pensei então, que interessante como somos, agimos e não calculamos o inesperado? Estaria eu divagando, ou é mesmo possível parar para programar as duas possibilidades?
Bom, sacudi a cabeça e corrigi-me. Não devo ficar de cá a julgar ou querer programar o improgramável, afinal a vida tem seu curso natural. Claro que não se pode deixar ser levado, como que uma folha sobre as águas, mas relaxar, permitir-se... talvez!
Voltei pra minha realidade, casa abençoada, minha, nossa. olho logo ao lado uma tela fotografada registrando minha neta, amada, linda, inocente e que abençoo diariamente. Hoje ela traz pra mim a certeza de que é verdadeiramente maravilhoso experimentar partilha sem esperar, sem cobrar, somente doar.
Agradecida, fecho a janela e volto a minha realidade cotidiana, daqui a pouco o dia amanhece e o Sol decerto brilhará também pra mim que está aqui a esperar.