A irmã Carolina ajudava a madre superiora nas rotinas diárias do convento. Limpando a clausura, encontrou o diário da superiora e movida pela curiosidade, leu algumas páginas.
Ficou surpresa, pois havia comentários das outras freiras, alguns até apimentados e comprometedores. Como que a madre conseguia tais informações? Pensou, achando tudo esquisito. Mistério.
Nos próximos dias permaneceu em silêncio, nada revelando para a melhor amiga que também estava no diário. Lembrou-se do detetive Sherlock Holmes e conforme havia lido em suas aventuras, começou a percorrer o convento, em busca de indícios que lhe ajudassem a resolver o enigma.
Uma noite após a ceia, as freiras já dormiam e ela sem sono, ouviu um barulho estranho. Levantou vagarosamente e saiu para o corredor. Viu a madre superiora caminhando em direção ao quarto do padre Vicente. Aí tem coisa pensou.
Aproximou-se furtivamente. A porta abriu e a superiora entrou. Não resistiu. Tinha que olhar. Pensamentos maldosos inundaram a sua mente. Seria o que ela imaginara?
Olhando através da porta entreaberta, viu a madre sentada em frente ao padre, tomando um cálice de vinho. Contava para ele suas dúvidas e problemas da irmandade e ele respeitosamente, lhe aconselhava.
Voltou para sua cama, envergonhada e adormeceu.
No dia seguinte procurou a superiora e contou-lhe todas as dúvidas, lhe pedindo perdão.
A superiora pegou o diário e lhe disse: escreve aqui exatamente, tudo que você pensou quando me seguiu.
Após a escrita, a madre disse: agora já posso encerrar meu diário, só faltava você!
Heloísa Mamede
Enviado por Heloísa Mamede em 26/11/2017
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